O Projeto Europeu encontra-se numa encruzilhada. No campo pol\u00edtico deparamo-nos com a eros\u00e3o dos partidos tradicionais, n\u00e3o s\u00f3 dentro dos Estados-Membros, como tamb\u00e9m das suas fam\u00edlias europeias. Esta \u00e9 uma repercuss\u00e3o evidente dos sucessivos problemas de governa\u00e7\u00e3o e esc\u00e2ndalos ligados \u00e0 m\u00e1 gest\u00e3o financeira dos recursos p\u00fablicos, nomeadamente atrav\u00e9s das crises da d\u00edvida soberanas e das massivas fugas fiscais evidenciadas pelos Panama Papers<\/em>. Em paralelo, e um pouco por toda a Europa, surgem movimentos euroc\u00e9ticos, nacionalistas e extremistas, que colocam em perigo o Projeto Europeu. Numa altura em que a Uni\u00e3o Europeia (UE) e os seus estados deveriam trabalhar para reafirmar o bloco europeu como um modelo social e econ\u00f3mico progressista e de vanguarda na defesa do bem comum, tal como no combate aos reais problemas da sociedade, assistimos ao ressurgir destas falsas solu\u00e7\u00f5es pol\u00edticas e ideol\u00f3gicas. A mem\u00f3ria da \u00faltima Grande Guerra cujos impactos devastadores estiveram na origem desta necessidade de coopera\u00e7\u00e3o entre os povos e da constru\u00e7\u00e3o do Projeto Europeu \u2013 est\u00e1 cada vez mais fraca e, ao contr\u00e1rio da posi\u00e7\u00e3o do PAN, s\u00e3o muitos aqueles que colocam em causa a estabilidade deste projeto propondo aquilo que nunca deu resultado: o fim da coopera\u00e7\u00e3o entre os povos na Europa.<\/p>\n\n\n\n

No campo econ\u00f3mico, assistimos \u00e0 tecnocratiza\u00e7\u00e3o e \u00e0 burocratiza\u00e7\u00e3o da Zona Euro, que dificilmente consegue regular eficazmente o mercado interno e que assenta os seus tratados internacionais na subjuga\u00e7\u00e3o dos Direitos Humanos e do Ambiente, priorizando os interesses corporativos de multinacionais e o extrativismo em detrimento do com\u00e9rcio justo, equitativo e regulado por elevados crit\u00e9rios sociais e ambientais.<\/p>\n\n\n\n

Socialmente, a Comiss\u00e3o Europeia tem-se afastado do trabalho em conjunto com cidad\u00e3os e cidad\u00e3s, cedendo constantemente \u00e0 guerrilha entre blocos pol\u00edticos. O distanciamento c\u00edvico \u00e9 tamb\u00e9m evidente pelo constante crescimento da absten\u00e7\u00e3o nas Elei\u00e7\u00f5es Europeias e pelo desastre que tem sido todo o processo do Brexit<\/em>. Esta crise de representatividade manifesta-se em paralelo quando o lobby<\/em>de muitos interesses corporativos se sobrep\u00f5e ao interesse dos europeus e quando o debate em torno das migra\u00e7\u00f5es \u00e9 usado como arma populista para dividir na\u00e7\u00f5es e comunidades.<\/p>\n\n\n\n

No que concerne \u00e0s Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas, s\u00e3o necess\u00e1rias pol\u00edticas que permitam a transforma\u00e7\u00e3o do sistema energ\u00e9tico e dos atuais padr\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o e consumo de bens e servi\u00e7os. A UE e os Estados-Membros, apesar dos compromissos feitos na Confer\u00eancia de Paris e das propostas legislativas que t\u00eam vindo a ser implementadas, com o “The New Governance Regulation” e o “Winter Package”, t\u00eam ainda um longo caminho a percorrer, para implementar pol\u00edticas que possibilitem a transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica de forma inclusiva, transparente e participativa. As pol\u00edticas adotadas e implementadas pela UE t\u00eam atualmente um impacto substancialmente mais destrutivo que regenerador. A expans\u00e3o da ind\u00fastria petrol\u00edfera, o investimento de bancos na manuten\u00e7\u00e3o do mesmo paradigma produtivista, intensivo e massificado, a expans\u00e3o da polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica, terrestre e marinha, tal como a redu\u00e7\u00e3o ou mesmo extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies vegetais e animais s\u00e3o alguns dos exemplos de como caminhamos para a sexta extin\u00e7\u00e3o em massa.<\/p>\n\n\n\n

Mas ser\u00e1 que numa Era de conhecimento e de informa\u00e7\u00e3o \u2013 na qual a ci\u00eancia j\u00e1 aponta v\u00e1rias op\u00e7\u00f5es para garantirmos uma r\u00e1pida e exequ\u00edvel transi\u00e7\u00e3o socioecol\u00f3gica, sociot\u00e9cnica, cultural e econ\u00f3mica para um desenvolvimento 100% limpo e respons\u00e1vel \u2013 o que falta \u00e9 mesmo vontade para implementar pol\u00edticas que permitam esta transi\u00e7\u00e3o? Cremos que sim. Cremos que tecnicamente \u00e9 poss\u00edvel providenciar uma vida melhor e acima dos standards<\/em>atuais para todos os seres que habitam a Europa e que formam politicamente a Uni\u00e3o Europeia. E essa vontade existe, sim. No PAN, trabalhamos para sermos parte integrante e ativa desta transi\u00e7\u00e3o, de modo a implementarmos e construirmos solu\u00e7\u00f5es realistas e audazes, colaborativas e de longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 tempo de garantirmos um debate real em torno dos problemas estruturais que assombram a nossa sociedade e a nossa Europa e que est\u00e3o intrinsecamente ligados a uma economia baseada na d\u00edvida, no crescimento ilimitado, na destrui\u00e7\u00e3o dos ecossistemas, na falta de solu\u00e7\u00f5es para uma melhor redistribui\u00e7\u00e3o da riqueza, para combater estruturalmente a pobreza, a gest\u00e3o respons\u00e1vel dos fluxos migrat\u00f3rios e a prote\u00e7\u00e3o de todos os animais.<\/p>\n\n\n\n

Nunca foi t\u00e3o relevante votar nas Elei\u00e7\u00f5es Europeias. Apelamos a todas e todos os europeus para que exer\u00e7am o seu direito de voto e construam connosco a sociedade em que desejam viver e prosperar. Juntos construiremos uma Europa com mais Direitos Humanos, baseada num novo modelo econ\u00f3mico e social mais justo, equitativo, e ecol\u00f3gico, e com mais direitos para os Animais. Juntos conseguiremos entrar no Parlamento Europeu e fazer Hist\u00f3ria uma vez mais. Vamos a isso!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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