Programas municipais de incentivo ao apadrinhamento de \u00e1rvores e de planta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores por estudantes<\/a><\/p>\n\n\n\n Existem em Lisboa mais de 400.000 \u00e1rvores de\ncerca de 100 esp\u00e9cies diferentes, oriundas de diversos locais, contribuindo\npara a sobreviv\u00eancia na cidade, para a qualidade do ar, para a sombra, como\nabrigo e alimento, quer para animais quer para plantas, e ainda para a promo\u00e7\u00e3o\ndo turismo e do convivo social.<\/p>\n\n\n\n Algumas \u00e1rvores constituem monumentos\nnaturais, compostos por exemplares de idade centen\u00e1ria ou mesmo milenar,\nverdadeiros hist\u00f3ricos, estrat\u00e9gicos no territ\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n Apesar disso, a prote\u00e7\u00e3o das \u00e1rvores nem\nsempre \u00e9 garantida, sendo estas objeto de danos provocados por podas ou cortes\nincorretos, o que as deixa em situa\u00e7\u00e3o de grande vulnerabilidade. <\/p>\n\n\n\n V\u00e1rias pesquisas t\u00eam provado a import\u00e2ncia\ndas \u00e1rvores em ambiente urbano, destacando-se entre elas o recente estudo \u201cPlanting\nHealthy Air\u201d<\/em>, realizado pela Nature Conservancy<\/em> em coordena\u00e7\u00e3o com a rede de cidades C40, \u00e0 qual Lisboa pertence. Este estudo\nsalienta o relevante papel que a floresta urbana[1]<\/a> assume\nna mitiga\u00e7\u00e3o dos efeitos das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, pois, entre outras fun\u00e7\u00f5es\nessenciais, as \u00e1rvores absorvem as part\u00edculas finas que t\u00eam origem sobretudo na\ncombust\u00e3o, provenientes de atividades industriais, dos ve\u00edculos, queima de\ncombust\u00edveis e inc\u00eandios florestais, absorvendo ainda o ru\u00eddo e arrefecendo a\n\u00e1rea em seu redor entre 0.5 graus Celsius a 2 graus Celsius.<\/p>\n\n\n\n Mas o n\u00famero de \u00e1rvores tem vindo a\ndiminuir, apesar das campanhas de \u201cplanta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores\u201d, do \u201cdia da floresta\u201d\ne de outros programas similares. Na verdade, a rela\u00e7\u00e3o entre estas e quem vive nas\ncidades nem sempre \u00e9 pac\u00edfica, estando na origem de queixas alicer\u00e7adas no\nexcesso de sombra, perturba\u00e7\u00e3o da visibilidade ou na exist\u00eancia de um n\u00famero\navultado de folhas nos passeios e nos ve\u00edculos autom\u00f3veis. Em contrapartida,\ns\u00e3o tamb\u00e9m in\u00fameras as queixas por podas excessivas ou a aus\u00eancia de arvoredo\nem diferentes zonas da cidade.<\/p>\n\n\n\n Muitas vezes n\u00e3o pensamos nas \u00e1rvores\nenquanto patrim\u00f3nio natural vivo, que partilham o espa\u00e7o urbano connosco, que\ncrescem em meio adverso, e que contribuem de forma positiva para a vida na\nurbe. E, pese embora a maioria da popula\u00e7\u00e3o reconhe\u00e7a que a destrui\u00e7\u00e3o de uma\nfloresta ou de uma mata constitui um ato conden\u00e1vel, o abate de \u00e1rvores\nisoladas, nos alinhamentos de ruas ou em pra\u00e7as tem importado menos\ncontrov\u00e9rsia.<\/p>\n\n\n\n Assim, considerando tudo o acima referido,\nbem como o atual momento de reconhecida crise ambiental, e ainda tendo Portugal\nassumido o compromisso de alcan\u00e7ar a neutralidade carb\u00f3nica em 2050, o PAN apresenta\num conjunto de propostas com as quais pretende:<\/p>\n\n\n\n 1. Responder ao desafio lan\u00e7ado pela\nautarquia para que todos e todas colaborem na apresenta\u00e7\u00e3o de projetos para a\nCapital Verde 2020;<\/p>\n\n\n\n 2. Criar condi\u00e7\u00f5es para facilitar o\nenvolvimento de todas as pessoas que t\u00eam expressado o desejo de participarem\nneste momento de mudan\u00e7a de paradigma, nomeadamente a camada mais jovem da\npopula\u00e7\u00e3o;<\/p>\n\n\n\n 3. Descentralizar o debate sobre as\naltera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas da esfera cient\u00edfica e pol\u00edtica;<\/p>\n\n\n\n 4. Criar projetos que se possam assumir como\nboas pr\u00e1ticas e ser replicados noutras \u00e1reas do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n Para tal propomos tr\u00eas projetos \u2013 apadrinhamento\nde \u00e1rvores aut\u00f3ctones, planta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores aut\u00f3ctones por estudantes e troca\nde sementes: <\/p>\n\n\n\n a) Lan\u00e7amento de uma campanha para apadrinhamento\nde \u00e1rvores aut\u00f3ctones na cidade de Lisboa, semelhante \u00e0 j\u00e1 realizada pelo\nmunic\u00edpio de Vila Nova de Famalic\u00e3o e pela Quercus em parceria com os CTT no\ndesenvolvimento do projeto \u201cUma \u00e1rvore pela floresta\u201d, atrav\u00e9s do qual foram\nplantadas 7650 \u00e1rvores para reflorestar o Pinhal de Leiria que sucumbiu \u00e0s\nchamas no ver\u00e3o de 2017.<\/p>\n\n\n\n Esta possibilidade de apadrinhamento poderia\npermitir tamb\u00e9m o desenvolvimento de um detalhado invent\u00e1rio digital do\npatrim\u00f3nio natural de Lisboa, semelhante ao concebido pela junta de freguesia\nde Arroios denominado \u201c\u00c1rvores de Arroios\u201d [2]<\/sup><\/a><\/sup>.<\/p>\n\n\n\n Para facilitar o apadrinhamento e permitir\nque todas as pessoas tenham igual acesso ao projeto, devem ser definidos locais\npara que estas ado\u00e7\u00f5es se concretizem, na rua e junto das pessoas, mas tamb\u00e9m atrav\u00e9s\nde uma plataforma on-line, <\/em>a quem\nser\u00e1 oferecido o comprovativo do registo de apadrinhamento e um cart\u00e3o que\ncomprove a sua qualidade e tutoria. <\/p>\n\n\n\n Esta iniciativa n\u00e3o pretende sobrepor-se ao\nprojeto, agora encerrado, levado a cabo pela autarquia \u201cPlante a sua \u00e1rvore em Lisboa\u201d,\nmas antes complement\u00e1-lo.<\/p>\n\n\n\n b) O segundo projeto baseia-se no envolvimento\ndos estudantes de Lisboa na planta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores aut\u00f3ctones, ideia importada do\ngoverno das Filipinas que imp\u00f4s como condi\u00e7\u00e3o para a transi\u00e7\u00e3o de n\u00edvel de\nensino (b\u00e1sico, secund\u00e1rio e superior), n\u00e3o apenas o m\u00e9rito dos cerca de 12\nmilh\u00f5es de estudantes, mas tamb\u00e9m o cumprimento de um dever consubstanciado na\nplanta\u00e7\u00e3o de 10 \u00e1rvores\/aluno, assim contribuindo para a arboriza\u00e7\u00e3o do pa\u00eds, o\nque se estima que ir\u00e1 incrementar em mais de 175 milh\u00f5es o n\u00famero de\n\u00e1rvores\/ano. <\/p>\n\n\n\n As \u00e1rvores devem, assim, ser plantadas num\nlocal da cidade predefinido pela autarquia, apresentando-se para o efeito um\nmapa georreferenciado com um plano de planta\u00e7\u00f5es detalhado e de f\u00e1cil leitura pela\npopula\u00e7\u00e3o, bem como a aquisi\u00e7\u00e3o ou empr\u00e9stimo dos meios necess\u00e1rios para a\nplanta\u00e7\u00e3o, sem necessidade da presen\u00e7a de equipas da autarquia, minimizando os\ncustos e aliviando a burocracia. <\/p>\n\n\n\n Aqui, gostar\u00edamos de referir que de acordo\ncom o Relat\u00f3rio de Monitoriza\u00e7\u00e3o do Plano de A\u00e7\u00e3o Local da Biodiversidade, apresentado\n\u00e0 Assembleia Municipal de Lisboa em 2018, a cria\u00e7\u00e3o dos corredores verdes, e\npor isso dos \u201cnovos espa\u00e7os verdes\u201d, at\u00e9 ao momento realizou-se\nmaioritariamente na nossa cidade em espa\u00e7os que de um ponto de vista ecol\u00f3gico\nj\u00e1 eram perme\u00e1veis e que estavam abandonados por gest\u00e3o, e, desta forma, a fase\nseguinte, p\u00f3s 2022, exigir\u00e1 mecanismos de \u201crevers\u00e3o\ncriteriosa de espa\u00e7os que de um ponto de vista ecol\u00f3gico devem fazer parte da\nestrutura ecol\u00f3gica mas que tenham sido adulterados pela edifica\u00e7\u00e3o \/ impermeabiliza\u00e7\u00e3o,\ntendo-se criado temporariamente a inviabiliza\u00e7\u00e3o de determinadas liga\u00e7\u00f5es\necol\u00f3gicas consideradas relevantes\u201d.<\/em><\/p>\n\n\n\n Pelo que as presentes medidas pretendem ir\nao encontro desta necessidade de consolidar estes novos terrenos recuperados\ncomo \u00e1reas verdes para a cidade.<\/p>\n\n\n\n Face ao exposto, vem o\nGrupo Municipal do PAN propor que a Assembleia Municipal de Lisboa na sua\nSess\u00e3o Extraordin\u00e1ria com Declara\u00e7\u00f5es Pol\u00edticas, de 2 de julho de 2019,\ndelibere recomendar \u00e0 C\u00e2mara Municipal de Lisboa que:<\/strong><\/p>\n\n\n\n 1 \u2013 Promova um programa municipal de apadrinhamento\nde uma \u00e1rvore aut\u00f3ctone plantada na cidade de Lisboa;<\/p>\n\n\n\n 2 \u2013 Desenvolva um programa municipal de\nplanta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores aut\u00f3ctones por todos os estudantes da cidade de Lisboa no\nfinal de cada ciclo de ensino;<\/p>\n\n\n\n 3 \u2013 Crie um programa de troca e doa\u00e7\u00e3o de\nsementes de \u00e1rvores aut\u00f3ctones para crescerem na cidade de Lisboa ou fora dela.<\/p>\n\n\n\n Lisboa, 28 de junho de 2019<\/p>\n\n\n\n O Grupo Municipal do Pessoas – Animais \u2013 Natureza <\/p>\n\n\n\n [1]<\/a> Entendida enquanto rede verde composta por\ntodas as \u00e1rvores, arbustos e outros tipos de vegeta\u00e7\u00e3o da cidade<\/p>\n\n\n\n [2]<\/a> http:\/\/www.jfarroios.pt\/portfolio\/arvores-de-arroios\/<\/a><\/p>\n\n\n\n Foto: Getty Images<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Programas municipais de incentivo ao apadrinhamento de \u00e1rvores e de planta\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores por estudantes Existem em Lisboa mais de 400.000 \u00e1rvores de cerca de 100 esp\u00e9cies diferentes, oriundas de diversos locais, contribuindo para a sobreviv\u00eancia na cidade, para a qualidade do ar, para a sombra, como abrigo e alimento, quer para animais quer para 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Miguel Santos In\u00eas de Sousa Real <\/strong><\/p>\n\n\n\n<\/h4>\n\n\n\n
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