Na semana em que se assinalou o Dia Mundial da Conserva\u00e7\u00e3o da Vida Selvagem, o Grupo Parlamentar (GP) do PAN (Pessoas- Animais-Natureza) deu entrada no Parlamento de um pacote de iniciativas que visam n\u00e3o s\u00f3 alertar para a situa\u00e7\u00e3o cr\u00edtica em mat\u00e9ria de conserva\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies animais como a rola-comum ou o lobo-ib\u00e9rico, mas tamb\u00e9m propor medidas concretas que viabilizem o seu bom estado de conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Entre as v\u00e1rias medidas apresentadas contam-se um projeto de lei<\/a> que visa a interdi\u00e7\u00e3o do fabrico, posse, utiliza\u00e7\u00e3o e venda de artefactos que sirvam unicamente para a captura de aves silvestres n\u00e3o sujeitas a explora\u00e7\u00e3o cineg\u00e9tica. \u201cEm Portugal a captura de aves silvestres n\u00e3o cineg\u00e9ticas para consumo ou para cativeiro \u00e9 uma pr\u00e1tica ilegal, mas continua bastante ativa<\/em>\u201d, explica a deputada do PAN, Cristina Rodrigues. Efetivamente, num estudo realizado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), estima-se que cerca de 40.000 aves s\u00e3o mortas para serem utilizadas na gastronomia e que 10.000 s\u00e3o capturadas para cativeiro.<\/a><\/p>\n\n\n\n De acordo com a deputada, \u201capesar de haver algumas a\u00e7\u00f5es de fiscaliza\u00e7\u00e3o por parte das autoridades esta atividade \u00e9 dif\u00edcil de detetar e investigar, uma vez que os meios utilizados para a sua captura n\u00e3o s\u00e3o proibidos, encontrando-se \u00e0 venda em lojas da especialidade e na internet<\/em>\u201d. Por isso, defende Cristina Rodrigues, \u201ctorna-se imprescind\u00edvel que seja proibido o fabrico, posse e venda de artefactos que sirvam unicamente para a captura destas aves silvestres n\u00e3o-cineg\u00e9ticas, assegurando assim o compromisso e esfor\u00e7o nacional para a conserva\u00e7\u00e3o da natureza e sustentabilidade ambiental<\/em>\u201d. As principais armadilhas utilizadas s\u00e3o as redes, que tamb\u00e9m s\u00e3o utilizadas na anilhagem como m\u00e9todo de investiga\u00e7\u00e3o para a monitoriza\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies e habitats; as costelas ou loisas que consistem numa armadilha de arame onde se coloca um isco, provocando a morte imediata das aves; o visgo, que se define como uma mat\u00e9ria pegajosa que prende a ave ao equipamento; e gaiolas, onde s\u00e3o utilizadas outras aves como chamariz. Segundo os dados da SPEA, os pintassilgos, tentilh\u00f5es, pintarroxo, o pisco-de-peito-ruivo e a toutinegra-de-barrete-preto s\u00e3o as esp\u00e9cies mais capturadas, sendo que a maioria \u00e9 utilizada na gastronomia, apesar de ser ilegal o abate ou cativeiro ilegal de aves silvestres.<\/p>\n\n\n\n