Incertezas, dificuldades e falta de condi\u00e7\u00f5es para cumprir o distanciamento recomendado entre os estudantes. Foi este o cen\u00e1rio que as comunidades escolares encontraram no in\u00edcio deste ano letivo, apesar do seu empenho e responsabilidade na gest\u00e3o da preven\u00e7\u00e3o do cont\u00e1gio da Covid-19 foram evidentes. No final de janeiro, e perante a realidade epidemiol\u00f3gica que o pa\u00eds atravessava, um novo encerramento das escolas revelou-se inevit\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Voltamos ao ensino a dist\u00e2ncia. Voltamos \u00e0 realidade da falta de equidade no acesso aos meios digitais e \u00e0 rede. As fam\u00edlias voltaram a ter de apurar o seu sentido de resili\u00eancia e adapta\u00e7\u00e3o entre reorganiza\u00e7\u00e3o do teletrabalho, as tarefas escolares dos estudantes e todas as restantes atividades familiares di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
E voltaram a vir \u00e0 tona muitos dos problemas estruturais da educa\u00e7\u00e3o em Portugal, e para os quais o PAN j\u00e1 tem vindo a alertar desde h\u00e1 muito, bem antes da Covid-19: turmas com n\u00famero excessivo de alunos, excesso de conte\u00fados program\u00e1ticos, necessidade de reorganiza\u00e7\u00e3o dos modelos educativos, desigualdades sociais, dificuldades de acompanhamento de algumas fam\u00edlias, dificuldades econ\u00f3micas, risco acrescido de viol\u00eancia dom\u00e9stica, falta de recursos na interven\u00e7\u00e3o precoce, entre tantos outros. <\/p>\n\n\n\n
Especialistas dizem-nos que este encerramento das escolas foi uma das principais medidas que contribu\u00edram para a redu\u00e7\u00e3o de novos casos em todo o pa\u00eds, alertando, no entanto, para a agora necessidade de um plano de desconfinamento extremamente cauteloso, para evitar nova subida dos n\u00fameros.<\/p>\n\n\n\n
E perante os impactos sociais, de aprendizagem e forma\u00e7\u00e3o que as interrup\u00e7\u00f5es trouxeram e trazem aos estudantes \u2013 e, pior, que se ir\u00e3o prolongar no futuro \u2013, precisamos de garantir respostas eficazes para a recupera\u00e7\u00e3o do tempo letivo perdido e para a redu\u00e7\u00e3o do risco de insucesso e abandono escolar. Aqui, o desconfinamento e o regresso ao ensino presencial s\u00e3o essenciais, sim, mas apenas e s\u00f3 quando estiverem reunidas condi\u00e7\u00f5es – e segundo orienta\u00e7\u00f5es dos especialistas -, com toda a seguran\u00e7a que se exige, atrav\u00e9s de um plano concertado de medidas sanit\u00e1rias, educativas e sociais, com medidas n\u00e3o apenas diretamente relacionadas com este regresso \u00e0s escolas mas tamb\u00e9m com a implementa\u00e7\u00e3o de uma reorganiza\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o de todo o ano letivo.<\/p>\n\n\n\n
O risco de comprometer as gera\u00e7\u00f5es mais jovens relativamente ao futuro e de tornar irrecuper\u00e1veis as perdas das quais n\u00e3o t\u00eam qualquer responsabilidade \u00e9 real. Est\u00e1 nas nossas m\u00e3os n\u00e3o permitir que tal aconte\u00e7a. Est\u00e1 nas nossas m\u00e3os garantir-lhes um modelo de recupera\u00e7\u00e3o diferente, adequado ao momento que vivemos – tamb\u00e9m ele bastante diferente do \u201cnormal\u201d a que est\u00e1vamos habituados. E o PAN, mais uma vez, n\u00e3o se demitiu das suas responsabilidades, ao apresentar ao Governo um plano atempado de regresso \u00e0s escolas:<\/p>\n\n\n\n