<\/p>\n\n\n\n
Exposi\u00e7\u00e3o de motivos<\/strong><\/strong><\/p>\n\n\n\n De acordo com a Liga Portuguesa contra o Cancro, em Portugal anualmente s\u00e3o detectados cerca de 6 mil novos casos de cancro da mama e esta doen\u00e7a \u00e9 respons\u00e1vel todos os anos pela morte de 1.500 mulheres.<\/p>\n\n\n\n Nos casos de cancro da mama avan\u00e7ado ou metast\u00e1tico, a doen\u00e7a \u00e9 controlada atrav\u00e9s de um pequeno n\u00famero de terap\u00eauticas que v\u00eam sendo desenvolvidas nos \u00faltimos anos e que garantem aos doentes com estes casos de cancro alguns meses sem progress\u00e3o da doen\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n Uma dessas poucas terap\u00eauticas \u00e9 o Olaparib, um inibidor potente das enzimas poli (ADP-ribose)<\/p>\n\n\n\n polimerase (PARP-1, PARP-2 e PARP-3) humanas. Foi demonstrado que in vitro esta terap\u00eautica inibe o crescimento de linhas celulares tumorais selecionadas e in vivo o crescimento do tumor, seja como monoterapia ou em combina\u00e7\u00e3o com quimioterapias estabelecidas.<\/p>\n\n\n\n Uma das indica\u00e7\u00f5es deste medicamento, comercializado com o nome Lynparza\u00ae, \u00e9 o uso em monoterapia para o tratamento de doentes adultos com muta\u00e7\u00f5es BRCA1\/2 germinativas, que t\u00eam cancro da mama metast\u00e1tico ou localmente avan\u00e7ado HER2 negativo. Sendo que os ensaios cl\u00ednicos demonstram que as doentes tratadas com Olaparib t\u00eam uma sobreviv\u00eancia sem progress\u00e3o de doen\u00e7a 3 meses mais longa do que os doentes tratados com quimioterapia, torna-se importante considerar este medicamento como uma arma fundamental na luta contra o cancro.<\/p>\n\n\n\n Para al\u00e9m do par\u00e2metro de sobreviv\u00eancia, \u00e9 tamb\u00e9m de sobeja import\u00e2ncia considerar a qualidade de vida dos doentes. Os doentes a fazer tratamento com quimioterapia t\u00eam os efeitos secund\u00e1rios que, infelizmente, todos conhecemos bem. O Lynparza em monoterapia foi associado a rea\u00e7\u00f5es adversas de gravidade geralmente ligeira ou moderada e, de um modo geral, sem necessitarem de descontinua\u00e7\u00e3o do tratamento.<\/p>\n\n\n\n Atualmente, o Olaparib tem Autoriza\u00e7\u00e3o de Introdu\u00e7\u00e3o no mercado, mas o seu financiamento carece de aprova\u00e7\u00e3o individual para cada paciente. Em Portugal, a entidade a quem foi delegada a tarefa de analisar e deferir ou n\u00e3o os pedidos de aprova\u00e7\u00e3o do financiamento \u00e9 o INFARMED. Verifica-se que os pedidos submetidos pelos oncologistas e demais elementos dos corpos dos hospitais portugueses s\u00e3o rejeitados pelo INFARMED com a justifica\u00e7\u00e3o de que \u201cexistem ainda alternativas terap\u00eauticas, nomeadamente de quimioterapia\u201d.<\/p>\n\n\n\n O PAN entende que a nega\u00e7\u00e3o destes pedidos e a espera burocr\u00e1tica que lhe est\u00e1 associada \u00e9 especialmente grave porque significar\u00e1 a progress\u00e3o da doen\u00e7a oncol\u00f3gica em casos em que esta j\u00e1 est\u00e1 em estado avan\u00e7ado.<\/p>\n\n\n\n Face ao exposto com a presente iniciativa o PAN, dando resposta \u00e0s reivindica\u00e7\u00f5es apresentadas atrav\u00e9s da Peti\u00e7\u00e3o n.\u00ba 229\/XIV\/2.\u00aa e EVITA \u2013 Associa\u00e7\u00e3o de Apoio a Portadores de Altera\u00e7\u00f5es nos Genes relacionados com Cancro Herdit\u00e1rio, pretende que o Governo que tome as dilig\u00eancias necess\u00e1rias a assegurar \u00e0 c\u00e9lere disponibiliza\u00e7\u00e3o do f\u00e1rmaco Lynparza\u00ae a todos os pacientes eleg\u00edveis com muta\u00e7\u00f5es BRCA1\/2 germinativas, que t\u00eam cancro da mama metast\u00e1tico ou localmente avan\u00e7ado HER2 negativo, e noutras situa\u00e7\u00f5es que se enquadrem na indica\u00e7\u00e3o terap\u00eautica.<\/p>\n\n\n\n Nestes termos, a abaixo assinada Deputada \u00danica do PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA, ao abrigo das disposi\u00e7\u00f5es constitucionais e regimentais aplic\u00e1veis, prop\u00f5e que a Assembleia da Rep\u00fablica adote a seguinte Resolu\u00e7\u00e3o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n A Assembleia da Rep\u00fablica, ao abrigo do disposto no n.\u00ba 5, do artigo 166.\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n da Rep\u00fablica Portuguesa, recomenda ao Governo que tome as dilig\u00eancias necess\u00e1rias a assegurar \u00e0 c\u00e9lere disponibiliza\u00e7\u00e3o do f\u00e1rmaco Lynparza\u00ae a todos os pacientes eleg\u00edveis com muta\u00e7\u00f5es BRCA1\/2 germinativas, que t\u00eam cancro da mama metast\u00e1tico ou localmente avan\u00e7ado HER2 negativo, e noutras situa\u00e7\u00f5es que se enquadrem na indica\u00e7\u00e3o terap\u00eautica.<\/strong><\/p>\n\n\n\n Assembleia da Rep\u00fablica, Pal\u00e1cio de S\u00e3o Bento, 27 de setembro de 2022<\/p>\n\n\n\n A Deputada,<\/p>\n\n\n\n In\u00eas de Sousa Real<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Exposi\u00e7\u00e3o de motivos De acordo com a Liga Portuguesa contra o Cancro, em Portugal anualmente s\u00e3o detectados cerca de 6 mil novos casos de cancro da mama e esta doen\u00e7a \u00e9 respons\u00e1vel todos os anos pela morte de 1.500 mulheres. 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