Assumindo-se como um dos maiores ecossistemas oce\u00e2nicos do Atl\u00e2ntico Norte, o Mar dos A\u00e7ores \u00e9 vasto em criaturas marinhas e rico em hist\u00f3rias que ecoam a identidade de um povo insular, orgulhoso em ostent\u00e1-lo, mas acomodado em proteg\u00ea-lo. <\/p>\n\n\n\n

Diariamente, somos confrontados com tsunamis de not\u00edcias que fazem tremer as nossas convic\u00e7\u00f5es sobre o futuro da vida no Planeta nos moldes em que a conhecemos, muito por culpa do impacte das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, e, apesar de vivermos num remoto arquip\u00e9lago que definiu a nossa identidade, n\u00e3o estamos imunes a essas amea\u00e7as. Afinal, somos vizinhos do mar. <\/p>\n\n\n\n

Os reiterados sinais de alerta sobre o impacte das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, in casu, no Oceano parecem n\u00e3o ser suficientes para despertar quem lhe faz ouvidos moucos. A intensa coloniza\u00e7\u00e3o e, consequente, explora\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o azul de forma desordenada e insustent\u00e1vel t\u00eam acentuado as dificuldades do oceano em combater as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.  <\/p>\n\n\n\n

O aquecimento do Oceano e a sua acidifica\u00e7\u00e3o t\u00eam sido um obst\u00e1culo \u00e0 absor\u00e7\u00e3o de carbono por este. Estamos a definhar o nosso principal aliado no combate \u00e0 emerg\u00eancia clim\u00e1tica, sem preju\u00edzo de estarmos a destruir o principal regulador da temperatura do Planeta.  <\/p>\n\n\n\n

Este m\u00eas, o Planeta bateu o recorde do dia mais quente de que h\u00e1 registo, com temperaturas a ultrapassar os 29\u00baC em algumas ilhas do arquip\u00e9lago e a \u00e1gua do mar a atingir os 26\u00baC \u2013 mais uma consequ\u00eancia da crise clim\u00e1tica. Impactos locais? Altera\u00e7\u00f5es na cadeia alimentar, peixes a migrar e a alterar as rotas migrat\u00f3rias, morte de esp\u00e9cies sedent\u00e1rias, etc. \u00c9 tempo de repensar a estrat\u00e9gia para a economia azul tendo por base a constante das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

Apelar a uma mudan\u00e7a de paradigma j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 suficiente. \u00c9 preciso agir para enfrentar
a crise clim\u00e1tica e defender os direitos b\u00e1sicos para evitar consequ\u00eancias irrevers\u00edveis.
 
Evitar a cont\u00ednua degrada\u00e7\u00e3o dos ecossistemas e do nosso patrim\u00f3nio natural verde e azul, fazendo uma gest\u00e3o integrada, cont\u00ednua e sustent\u00e1vel \u00e9 o caminho. O que come\u00e7a em terra, acaba no mar.  <\/p>\n\n\n\n

Proibir atividades que causem danos irrevers\u00edveis nos ecossistemas \u00e9 basilar. Por isso, urge proibir a minera\u00e7\u00e3o dos fundos marinhos e expandir as \u00c1reas Marinhas Protegidas \u2013 proteger 30% do Mar dos A\u00e7ores at\u00e9 2030.  <\/p>\n\n\n\n

Em paralelo, temos de defender o Mar dos A\u00e7ores de atitudes e interpreta\u00e7\u00f5es centralistas, como as vertidas na Lei do Mar. H\u00e1 cabimento legal para uma gest\u00e3o partilhada do Mar dos A\u00e7ores e n\u00e3o aceitamos agendas escondidas para a minera\u00e7\u00e3o.
Esta mensagem \u00e9 clara. <\/p>\n\n\n\n

A instabilidade da Lei do Mar n\u00e3o s\u00f3 dificulta o robustecimento de qualquer pol\u00edtica regional azul, como fere a nossa autonomia, principalmente quando est\u00e1 em causa a nossa legitimidade para gerir e decidir sobre o nosso territ\u00f3rio azul, que representa mais de 50% da ZEE portuguesa, sendo a quinta maior da Europa.??\u00c9 o nosso mar que d\u00e1 a Portugal e \u00e0 Europa a sua dimens\u00e3o territorial e este \u00e9 o nosso maior ativo. <\/p>\n\n\n\n

Proteger o Mar dos A\u00e7ores \u00e9 proteger a nossa casa.<\/p>\n\n\n\n

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