Em Julho de 2022 o PAN\/A\u00e7ores entregou na Assembleia Regional uma iniciativa legislativa que recomendava n\u00e3o s\u00f3 a morat\u00f3ria \u00e0 minera\u00e7\u00e3o dos fundos marinhos dos A\u00e7ores, como tamb\u00e9m a amplia\u00e7\u00e3o das \u00c1reas Marinhas Protegidas do Mar dos A\u00e7ores.  <\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o obstante as posteriores altera\u00e7\u00f5es, a iniciativa que veio a ser aprovada pela Assembleia por unanimidade, acabou por remeter para segundo plano a amplia\u00e7\u00e3o do Parque Marinho dos A\u00e7ores, alegando-se, sumariamente, que a comunidade n\u00e3o estava preparada para efetivar a meta dos 30%, contrariando o prometido pelo Presidente do Governo.  <\/p>\n\n\n\n

Decorridos mais de dois anos, no passado m\u00eas de Outubro discutiu-se a Rede de \u00c1reas Marinhas Protegidas dos A\u00e7ores – RAMPA, onde foi criada a s\u00e9ria expectativa de que seria alcan\u00e7ado o objetivo m\u00ednimo de prote\u00e7\u00e3o alta de 30% do Mar dos A\u00e7ores. <\/p>\n\n\n\n

Pese embora esta tenha sido a proposta inicial, na vota\u00e7\u00e3o final esta desapareceu. Pelo que, por ora, apenas existe uma palavra dada e reiterada que se espera que seja honrada. <\/p>\n\n\n\n

A par do desaparecimento do objetivo legal de 30%, foram apresentadas propostas que autorizavam a pesca comercial nas AMP\u2019s – pasme-se! <\/p>\n\n\n\n

Em paralelo, deu entrada na Assembleia Regional uma iniciativa legislativa que pretende acabar com a zona protegida da Caloura.  <\/p>\n\n\n\n

A RAMPA parece, \u00e0 primeira vista, um passo na dire\u00e7\u00e3o certa. No entanto, uma profunda an\u00e1lise revelar\u00e1 que \u00e9, na verdade, um embara\u00e7ado passo no combate aos desafios que o Mar dos A\u00e7ores enfrenta. <\/p>\n\n\n\n

Onde estava a Comiss\u00e3o Eventual para os Assuntos do Mar? <\/p>\n\n\n\n

O diploma aprovado foi transformado numa carta de inten\u00e7\u00f5es vazias, onde as promessas de prote\u00e7\u00e3o podem facilmente ficar submersas.  <\/p>\n\n\n\n

Por conseguinte, as incongru\u00eancias jur\u00eddicas que podem surgir desta legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o s\u00f3 poder\u00e3o minar os esfor\u00e7os de prote\u00e7\u00e3o, como criar um verdadeiro labirinto legal que tornar\u00e1 a gest\u00e3o das \u00c1reas Marinhas Protegidas num pesadelo burocr\u00e1tico. Como se n\u00e3o bastasse a complexidade natural do nosso ecossistema marinho, temos um diploma que ao inv\u00e9s de configurar um farol de esperan\u00e7a, poder\u00e1 significar um resv\u00e9s na prote\u00e7\u00e3o do nosso patrim\u00f3nio azul.  <\/p>\n\n\n\n

A implementa\u00e7\u00e3o de AMP\u2019s \u00e9 premente, n\u00e3o apenas para salvaguarda da biodiversidade, mas tamb\u00e9m enquanto garante da sustentabilidade dos nossos ecossistemas, sob pena de se acentuar o decl\u00ednio que pode ser irrevers\u00edvel. <\/p>\n\n\n\n

O futuro do Mar dos A\u00e7ores depende da seriedade com que se abordam estas quest\u00f5es. Que n\u00e3o nos deixemos afundar na superficialidade das boas inten\u00e7\u00f5es.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

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