Todos temos necessidade de nos sentirmos integrados. Na fam\u00edlia, no trabalho, numa cidade, num pa\u00eds, na sociedade, num partido ou num qualquer outro grupo. Para o conseguirmos aceitamos regras, fazemos concep\u00e7\u00f5es e por vezes at\u00e9 cometemos erros.<\/p>\n\n\n\n
Para muitos, depois de nos sentirmos integrados, existe uma necessidade de afirma\u00e7\u00e3o, necessidade essa que pode passar pela diferencia\u00e7\u00e3o, ou seja, por mostrar aos outros que somos e\/ou nos sentimos de forma especial, diferente.<\/p>\n\n\n\n
Na generalidade, todas as pessoas se sentem algo especiais: \u00e9 algo intr\u00ednseco ao ser humano e creio que come\u00e7a por ser um dos nossos mais b\u00e1sicos instintos de sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n
O problema \u00e9 que na generalidade n\u00e3o consideramos todos os nossos contempor\u00e2neos igualmente especiais.<\/p>\n\n\n\n
Quer seja pela positiva ou pela negativa, aqueles que nos est\u00e3o mais pr\u00f3ximos emocionam-nos mais do que os que nos s\u00e3o mais distantes. Por isso, naturalmente, temos tend\u00eancia a considerar mais especiais os primeiros em detrimento dos segundos.<\/p>\n\n\n\n
Com as nossas limita\u00e7\u00f5es (e at\u00e9 por quest\u00f5es de sanidade e de sobreviv\u00eancia), de forma emocional e racional, vamos definindo prioridades, rela\u00e7\u00f5es e interesses, acabando por sentir que h\u00e1 quem seja mais especial (porque nos est\u00e3o pr\u00f3ximos ou por quem temos maior ou menor empatia), mas na verdade \u00e9 que eles n\u00e3o s\u00e3o mais especiais do que todos os outros (ou do que n\u00f3s pr\u00f3prios).<\/p>\n\n\n\n
Independentemente da nossa origem, idade, sexo, fam\u00edlia, interesses, cultura, f\u00e9, profiss\u00e3o, cor pol\u00edtica, clube, nacionalidade e at\u00e9 esp\u00e9cie (no meu ponto de vista), somos todos igualmente especiais, todos somos \u00fanicos e estamos vivos.<\/p>\n\n\n\n
Creio que este principio est\u00e1 na base do Amor Universal que muitas religi\u00f5es pregam, ou na procura do bem e da igualdade de que muitos democratas, humanistas, ateus ou agn\u00f3sticos s\u00e3o adeptos (muitos s\u00f3 consideram os humanos, para mim \u00e9 bem mais abrangente).<\/p>\n\n\n\n
Com os nossos (humanos ou n\u00e3o humanos), fam\u00edlia, amigos ou at\u00e9 clube de futebol, todos temos uma tend\u00eancia para os defendermos de terceiros.<\/p>\n\n\n\n
Na verdade todos somos mais ou menos tendenciosos, pois existe em todos n\u00f3s uma emo\u00e7\u00e3o que nos pode toldar a raz\u00e3o. Essa emo\u00e7\u00e3o leva-nos, por vezes, a justificar o injustific\u00e1vel e cria obst\u00e1culos \u00e0 apreens\u00e3o das indica\u00e7\u00f5es que recebemos dos mais atentos e imparciais.<\/p>\n\n\n\n
A forma e o momento como apreendemos a \u201cli\u00e7\u00e3o\u201d torna-se t\u00e3o importante como o seu conte\u00fado e a nossa capacidade para a digerir e absorver \u00e9 fundamental para o que dela resta dentro de cada um.<\/p>\n\n\n\n
Mas na verdade a mudan\u00e7a nunca ocorre por criticas impulsivas, por imposi\u00e7\u00e3o de terceiros: vai surgindo de dentro de n\u00f3s. Com as nossas experi\u00eancias, capacidade de observa\u00e7\u00e3o, auto-observa\u00e7\u00e3o e reflex\u00e3o, vamos mudando, dependendo da forma como nos vemos e apreendemos as experi\u00eancias vividas.<\/p>\n\n\n\n
Na realidade todos os que nos rodeiam t\u00eam alguma, maior ou menor, influ\u00eancia em n\u00f3s e cada um de n\u00f3s influenciar\u00e1 todos os outros, numa corrente cont\u00ednua e universal.<\/p>\n\n\n\n
Por outro lado, quando pensamos no infinitamente pequeno ou no infinitamente grande, quando olhamos para o c\u00e9u e tentamos compreender as dist\u00e2ncias no Universo, tomamos consci\u00eancia dos nossos semelhantes (humanos e n\u00e3o), que viveram antes de n\u00f3s, que nos s\u00e3o contempor\u00e2neos ou nos ir\u00e3o suceder, no que passaram e passam at\u00e9 ao presente, ou passar\u00e3o no futuro. Sentimo-nos absolutamente insignificantes, menos que um gr\u00e3o de areia numa praia infinita.<\/p>\n\n\n\n
Desta dicotomia, tomamos consci\u00eancia da nossa capacidade de participar na mudan\u00e7a do mundo, mas tamb\u00e9m das nossas limita\u00e7\u00f5es. Compreender e aceitar isto, ajuda-nos a colocarmo-nos no nosso lugar, a ultrapassar o Ego, a enfrentar a vida, as nossas vit\u00f3rias, perdas e desilus\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 no meio da Natureza (olhando o c\u00e9u, no mar ou na montanha) que eu me procuro reencontrar, reequilibrar. Tomando consci\u00eancia de que nada sou mas de que do todo fa\u00e7o parte, para ganhar for\u00e7a e alento \u2013 e seguir adiante.<\/p>\n\n\n\n
Todos temos necessidade de nos sentirmos integrados. Na fam\u00edlia, no trabalho, numa cidade, num pa\u00eds, na sociedade, num partido ou num qualquer outro grupo. Para o conseguirmos aceitamos regras, fazemos concep\u00e7\u00f5es e por vezes at\u00e9 cometemos erros. Para muitos, depois de nos sentirmos integrados, existe uma necessidade de afirma\u00e7\u00e3o, necessidade essa que pode passar pela […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"om_disable_all_campaigns":false,"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[362],"tags":[368],"class_list":["post-5742","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-pan","tag-opiniao"],"acf":[],"aioseo_notices":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5742","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=5742"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/5742\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=5742"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=5742"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/pan.com.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=5742"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}