Inês de Sousa Real foi reeleita, este sábado, porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), dando início a um novo ciclo político marcado pela reafirmação das causas fundacionais do partido — a proteção animal e ambiental — e pela aposta clara em temas emergentes como os direitos digitais e a regulação ética da Inteligência Artificial.
A reeleição aconteceu no X Congresso Nacional do PAN, realizado em Coimbra, onde a líder do partido conquistou mais de 95% dos votos, assegurando o seu terceiro mandato consecutivo. O resultado reflete a forte coesão interna e o compromisso do partido com uma intervenção política centrada nas preocupações reais do país, nomeadamente nas áreas da Habitação, Saúde, Educação, bem-estar animal e proteção ambiental.
“Defender o planeta é aliviar o orçamento das famílias”
Na sua intervenção, Inês de Sousa Real sublinhou que a missão do PAN continua a assentar numa visão integrada da justiça social, ambiental e económica.
“Defender o planeta é aliviar o orçamento das famílias; proteger os animais é promover saúde pública e bem-estar; e lutar por justiça climática é lutar por justiça social”, afirmou.
A porta-voz destacou como eixos estratégicos para o futuro do partido os direitos dos animais, a sustentabilidade ambiental e a justiça social, identificando ainda novas prioridades programáticas, entre as quais a justiça intergeracional, o futuro do trabalho, a saúde mental, o bem-estar e a transição alimentar.
Direitos digitais assumem papel central na estratégia do PAN
Um dos principais destaques do congresso foi a apresentação de uma nova bandeira política: a defesa dos cidadãos na era digital, integrada na Moção Global de Estratégia aprovada, intitulada “Em frente, pelas causas”.
“A Democracia não pode ser decidida nos algoritmos. É essencial garantir direitos num mundo cada vez mais digitalizado”, defendeu Inês de Sousa Real, alertando para a necessidade de proteger os mais vulneráveis nos ambientes digitais.
A líder do PAN salientou ainda a urgência de combater a partilha não consentida de imagens de cariz sexual, que afeta de forma desproporcionada meninas e mulheres, e reiterou a ambição do partido em liderar o debate nacional sobre direitos digitais e a regulação ética da Inteligência Artificial.
Críticas ao Governo e defesa de políticas centradas nas pessoas
Durante o congresso, Inês de Sousa Real não poupou críticas ao atual Governo, acusando-o de “normalizar agendas radicais e populistas” e de financiar atividades que considera anacrónicas, como a caça e as touradas.
“As pessoas pedem casa e o Governo ouve caça, cedendo aos lobbies do setor em vez de responder às necessidades reais dos portugueses”, afirmou.
A líder do PAN reforçou que, num contexto de crescimento do populismo, a política deve responder com soluções concretas, sublinhando que o partido “defende causas, mas também apresenta soluções para o bem-estar das pessoas e de todas as formas de vida”.
Congresso em Coimbra reforça ligação ao poder local
A escolha de Coimbra para acolher o congresso teve um forte simbolismo político. O PAN integrou a coligação vencedora nas últimas eleições autárquicas neste município, bem como em Sintra e Vila Real de Santo António. Em Coimbra, o partido contribuiu para a eleição de Ana Abrunhosa como presidente da Câmara Municipal e garantiu representação na Assembleia Municipal e numa Assembleia de Freguesia.
Presente no evento, Ana Abrunhosa destacou o papel do PAN na governação local:
“Identificamo-nos com as suas causas e valores. O PAN foi sempre um parceiro ativo e com pessoas de grande valor.”
Sobre Inês de Sousa Real, a autarca acrescentou:
“Se há quem trabalha no Parlamento, é a Inês de Sousa Real.O PAN tornou a nossa coligação mais rica.”
PAN fecha 2025 com confiança reforçada e ambição renovada
O congresso contou ainda com a presença de delegações do PSD, Livre e PCP, bem como de representantes das organizações Animal Safe e Plant Based Treaty.
Com uma direção renovada, confiança interna reforçada e uma agenda política alargada, o PAN encerra 2025 com um compromisso claro: afirmar-se como uma alternativa ética, combativa e inovadora, preparada para responder aos desafios do presente e do futuro, colocando no centro as pessoas, os animais e a natureza.