Mesmo com a criação da lei da paridade – na qual, resultante da etimologia da palavra, não existe equidade quanto mais igualdade – como poderão as mulheres conquistar os seus direitos no meio de uma sociedade patriarcal, que se fechou num círculo autoritário e agressivo, com regras feitas à medida?
Durante séculos, e muito por culpa dos ensinamentos de Aristóteles, o género feminino não tinha sequer identidade. Ou as mulheres aceitavam passivamente o seu silêncio, obedecendo a determinadas regras impostas pelos homens, ou tinham consequências se adquirisse actuações de emancipação. Aristóteles chegou a criar uma estrutura hierárquica, onde os homens eram superiores e perfeitos, enquanto as mulheres adquiriram um estatuto de imperfeição tal que foi passado de gerações em gerações, até aos dias de hoje.
Actualmente em Portugal, os homens ganham mais 17,8% do que as mulheres, acima da disparidade salarial média na União Europeia (UE 16,3%), segundo dados de 2015 divulgados pelo Eurostat. Em 2014, a disparidade chegava aos 26,1% em Portugal. Teve de ser criado um plano de acção por uma directiva da lei europeia, prevendo o respeito pelo princípio da igualdade salarial e aceitando alterar a directiva sobre a igualdade de género, que terá que ser adoptado até 2019.
Na política ou nos cargos de chefia, ainda não existe representação igualitária, facto que não me deixa confortável. Continua a ser apenas um privilégio dado pelo suspeito do costume.
Urge acelerar o processo para que sejamos brindados no futuro próximo com igualdade para todos e todas. Com justiça e sem agressividade. Esse é o processo evolutivo que irá acontecer na nossa sociedade.
A minha opinião para o futuro? Caso não alterem esta visão machista, os homens serão um ser descartável, um ser obsoleto como as guerras que gera, apenas proporcionalmente comparadas com o tamanho do seu ego. Isto porque não tomam decisões com o cuidado de incluir a sociedade, mas sim pela sua ambição individual para não ferir a sua auto-estima.
Eu, como homem, desenrolo o tapete vermelho à igualdade, porque será a única forma para a regeneração do planeta por mais dois mil anos e para a sobrevivência de quem vive nele.
30 de abril de 2018