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Estudantes de Évora rejeitam cultura da violência na queima das fitas com o aplauso do pan

Depois dos estudantes de Setúbal, do Porto, de Coimbra e de Tomar, ontem foi a vez dos estudantes de Évora manifestarem a sua vontade em abolir a garraiada da Queima das Fitas.

Depois dos estudantes de Setúbal, do Porto, de Coimbra e de Tomar, ontem foi a vez dos estudantes de Évora manifestarem a sua vontade em abolir a garraiada da Queima das Fitas. De acordo com a Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE), o “NÃO” à realização de garraiadas promovidas no seio académico e na Queima das Fitas de Évora venceu com o expressivo valor de 61,4%. Dos 1.086 estudantes que participaram no referendo, 667 votaram pelo fim da garraiada e 405 a favor da sua continuidade, registando-se 12 votos em branco e dois nulos.

Este resultado surge logo após a apresentação do projeto de lei do PAN – Pessoas- Animais-Natureza para abolir touradas em Portugal e revela que os estudantes estão despertos e dispostos a contribuir para mudar uma realidade na qual o direito ao entretenimento ainda se sobrepõe ao da vida dos animais. A votação protege os valores basilares da democracia, uma vez que as anteriores votações tinham decorrido em circunstâncias pouco transparentes, e vem reforçar a confiança dos cidadãos nos instrumentos de participação cívica para fazer ouvir as suas vozes nos círculos de poder dominantes.

A grande maioria da população portuguesa aguarda sinais claros de uma academia preparada para acompanhar as mudanças sociais que já estão em curso e para cumprir um dos seus papéis sociais fundamentais: promover a reflexão crítica alicerçada na consciência e na razão, e não na tradição, nem nos interesses instalados de uns em detrimento dessa mesma reflexão. Também por isso, e desenvolvendo pontes com a sociedade civil, o PAN junta-se ao movimento “Pelo fim da garraiada na Queima das Fitas de Évora”.

“A vitória do “Não” vem reconfirmar que a esmagadora maioria dos portugueses rejeita a utilização violenta de animais para divertimento e pede o fim de todas estas atividades. Entendemos este resultado como mais um indício de que o fim das touradas em Portugal e na Europa está mais perto, com cada vez mais referendos e manifestações públicas que defendem a abolição da tauromaquia, sendo que aqueles que representam o futuro assumiram claramente que não se revêem nesta tradição bárbara”, defende André Silva, Deputado do PAN.

Espetáculos públicos com touros para fins de entretenimento já foram prática em toda a Europa e foram sendo banidos paulatinamente em praticamente todos os países deste continente. Dos 193 países do Mundo apenas oito têm atividade tauromáquica, pelo que forçar estas práticas à população portuguesa com o argumento da tradição é ofensivo e contraproducente para uma desejada unidade nacional e evolução civilizacional.