A Representação Parlamentar do PAN/Açores entregou, ontem, um requerimento ao Governo Regional a solicitar resposta a algumas questões, nomeadamente, em que consiste e qual a fundamentação para a Região patrocinar o 4º Fórum Mundial da Cultura Taurina, a realizar-se no final do mês na Terceira.
No entender do PAN/Açores, o fomento deste género de eventos constitui um claro retrocesso nos esforços pela promoção do bem-estar animal e evolução da sociedade de acordo com os valores éticos e morais contemporâneos, sem prejuízo de depender, quase em absoluto, de financiamento proveniente do erário público – por ano, mais de 19 milhões de euros dos contribuintes portugueses são destinados à tauromaquia. O financiamento público da tauromaquia é uma opção política censurável, com impacte negativo no erário público.
O partido manifesta o seu veemente repúdio e lamenta o fomento de solenidades cujo intuito é delinear estratégias para perpetuar a sobrevivência de uma “tradição” que inflige sofrimento. O Parlamentar do PAN/Açores, Pedro Neves, exige maior equidistância do Governo em relação ao lobby da tauromaquia, devendo, no mínimo, assumir uma posição neutra, deixando de privilegiar uma atividade altamente dependente do orçamento público que não reflecte a identidade açoriana e cuja legalidade é duvidosa perante o quadro legislativo vigente, visto, grosso modo, colidir com todos os preceitos legais de bem-estar animal.
A Representação Parlamentar destaca que, apesar das falsas afirmações públicas de que as críticas à tauromaquia estão a diminuir, a realidade é que a oposição a esta prática assiste a um severo crescimento, especialmente entre os mais jovens que rejeitam a normalização da violência animal, porquanto, é inegável o movimento mundial abolicionista desta prática.
“É alarmante o facto de o Governo Regional patrocinar a mobilização de lobista do sector tauromáquico provenientes de países cujas sociedade civil luta para colocar termo à tauromaquia, como é o caso do México. O Governo patrocina um evento que está em contraciclo mundial, que representa um ato de desespero do sector, que apenas sobrevive à custa do erário público, conforme ficou, mais uma vez, comprovado”.