O PAN/Açores olha para a situação do sector energético regional com severa apreensão, quer pela dúbia transparência do procedimento de aquisição de combustíveis fósseis, quer pela falta de investimento na produção de energia limpa, refletindo a lentidão do processo regional de transição energética, contrariando as orientações do REPowerEU: redução da dependência dos combustíveis fósseis; desenvolvimento de energias limpas; segurança no aprovisionamento e eficiência energética e circularidade.
Desde Janeiro de 2023 que o PAN/Açores vem lançando consecutivos alertas ao Governo Regional para a necessidade de se investir de forma séria na transição energética, inclusive com recurso ao aumento urgente das taxas de execução dos programas do PRR, designadamente Proenergia e Solenerge. Porquanto, o desígnio primordial desses programas é não só aumentar a independência energética da Região, como a produção de energia limpa, auxiliando no combate à emergência climática.
O alerta dado pela EDA sobre a produção energética é sinal, entre outros, de que a Região está a perder o comboio do PRR no que respeita à execução das verbas dos programas de incentivo à aquisição e produção de energia limpa, sem prejuízo de tonar evidente o fracasso da venda de energia à rede por produtores domésticos, visto ser pouco atrativa do ponto de vista financeiro.
“Não estamos a levar a sério o impacte das alterações climáticas nos Açores. Não só porque não estamos a investir na nossa capacidade de resiliência para mitigar esses impactos, como os nossos contributos para o combate à emergência climática estão em contraciclo com o que era suposto. Exemplo disso é a aquisição de combustíveis fósseis para combater as consequências do aumento das temperaturas nos Açores. O fracasso da execução do Solenerge e Proenergia são o reflexo desta hipocrisia política”, afirmou o Deputado regional e Porta-Voz do PAN/Açores, Pedro Neves.