A Representação Parlamentar do PAN/Açores manifesta a sua veemente oposição à recente proposta aprovada no Parlamento, que visa reverter a proibição do uso do herbicida glifosato nos Açores, proibido desde 2019.
O partido considera que a decisão não só representa um retrocesso nas políticas de proteção da saúde pública e do meio ambiente, como também ignora os riscos comprovados associados a este produto químico, alvo de intensos debates em todo o mundo devido às suas consequências nocivas, nomeadamente, disfunções do sistema nervoso central e outras doenças crónicas, sem prejuízo dos danos significativos causados na biodiversidade.
Pedro Neves, Porta-voz e Deputado do partido, reitera que a protecção da saúde pública e do meio ambiente deve estar em primeiro lugar nas decisões políticas, sendo, por isso, dever da Assembleia Regional promover a transição para métodos que não dependam de herbicidas tóxicos, investindo em alternativas que garantam a segurança alimentar e a preservação dos recursos naturais, sobretudo num contexto de crise climática.
No entender do PAN/Açores, a aprovação da iniciativa do Chega pelos partidos que integram a Coligação (PSD/CDS-PP/PPM) é particularmente preocupante, sobretudo quando, no decorrer do debate, o Secretário Regional do Ambiente e Acção Climática reconheceu que o herbicida em causa constitui perigo para a saúde humana.
A aprovação desta iniciativa está em contraciclo com a história científica, política e judicial deste herbicida e deixa clara a permeabilidade deste Executivo ao cumprimento dos caprichos do Chega sujeitos aos lobbies do grupo Bayer, mesmo que com isso tenha de colocar em causa a saúde da população açoriana. Esta iniciativa é um reflexo da irresponsabilidade política dos partidos que suportam o Governo.
“O regresso ao uso do glifosato constitui um grave retrocesso nas políticas de saúde pública e na integridade dos ecossistemas, numa região que se diz sustentável e atenta aos impactes da crise climática. O PAN/Açores assume-se firmemente contra esta decisão que regride o caminho de conquistas alcançadas em termos de proteção e sustentabilidade e anseia por novos contextos políticos para reverter o que foi hoje aprovado”, afirmou o Porta-voz e Deputado, Pedro Neves.