O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) viu hoje aprovadas, na Assembleia da República, iniciativas direcionadas para crianças e jovens, nomeadamente um projeto de lei para criar uma rede de serviços de psicologia nas escolas públicas e instituições de Ensino Superior e uma linha telefónica de apoio à saúde mental no Ensino Superior, bem como um projeto de resolução que recomenda um conjunto de medidas para a regulamentação do uso de telemóveis nas escolas e sensibilização para o impacto dos ecrãs no desenvolvimento infantil.
“As escolas só são lugar seguro se nelas as crianças e jovens puderem encontrar o apoio psicológico que precisam. Se uma escola não é um lugar seguro, o elevador social está a falhar e isso significa que as nossas crianças e jovens têm menos oportunidades de concretizar os seus sonhos”, alerta a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real.
Através deste projeto de lei, o PAN pretende utilizar a experiência da Rede de Serviços de Apoio Psicológico no Ensino Superior (RESAPES) e aplicá-la a todo o ensino público, do básico ao superior. A iniciativa prevê também a criação de uma linha telefónica de apoio à saúde mental no Ensino Superior, suprindo essa necessidade e adaptando estes serviços à realidade e nova dinâmica trazida pela pandemia.
“Está à vista de todos o aumento de problemas de saúde mental entre crianças e jovens, como ansiedade, depressão e ciberbullying. A criação de uma rede de serviços de psicologia é urgente para garantir um acompanhamento emocional adequado e promover um ambiente escolar mais saudável e seguro, que favoreça o desenvolvimento integral dos alunos e a construção de competências sociais e emocionais”, considera Inês de Sousa Real.
Para isso contribui também a recomendação do PAN, aprovada hoje no Parlamento, para que o Governo crie incentivos ao uso saudável de tecnologias e telemóveis nas escolas. “Não podemos ficar de braços cruzados quando a maioria das nossas crianças e jovens passa quatro ou mais horas por dia online e quando seis em cada 10 crianças dizem que a forma mais frequente de bullying nas nossas escolas é o envio de mensagens digitais que magoam”, afirma a líder do PAN.
De acordo com um inquérito realizado pela Rede EU Kids Online, junto de crianças e jovens portugueses com idades compreendidas entre os 9 e os 17 anos, 90% dos inquiridos admitiram usar o telemóvel numa base diária, 87% usavam frequentemente o smartphone para aceder à internet e 75% para aceder às redes sociais.
“O PAN entende que este é um problema que se combate pela positiva, com o envolvimento de toda a comunidade escolar, sem proibicionismos e com respeito pela realidade específica de cada escola. A chave é antes a promoção de hábitos saudáveis de consumo digital e do uso de tecnologias, assegurando o estímulo do desenvolvimento das competências pessoais e sociais, da empatia e da criatividade dos alunos”, defende a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real.
“Não podemos deixar de agradecer também às professoras e às mães que criaram esta petição sobre o fim do telemóvel nas escolas, alertando-nos para o facto de hoje os recreios das nossas escolas serem sítios onde as crianças quase têm de pedir autorização para brincar. As conversas de corredor deram lugar às trocas de whatsapps; um jogo de futebol deu lugar ao FC25; o jogo da macaca deu lugar aos tiktok challenges”, conclui Inês de Sousa Real.
Consulte as iniciativas aqui:
- Cria uma rede de serviços de psicologia nas escolas públicas e instituições de ensino superior e uma linha telefónica de apoio no Ensino Superior
- Recomenda um conjunto de medidas com vista à regulamentação do uso de telemóveis nas escolas e sensibilização para o impacto dos ecrãs no desenvolvimento infantil