PAN Lisboa questiona medidas de proteção a idosos e pessoas em situação de sem abrigo
Lisboa, 17 de março de 2020 – A situação preocupante de saúde pública em que vivemos, causada pelo novo coronavírus, exige que sejam feitos esforços no sentido de reduzir o risco de propagação do vírus através do isolamento e diminuição de contactos sociais. Considerando que esta nova realidade coloca em risco os grupos mais vulneráveis, nomeadamente os idosos e as pessoas em situação de sem abrigo, o Grupo Municipal do PAN teme que possamos estar na iminência de uma crise humanitária, tendo questionado a Câmara Municipal de Lisboa sobre as medidas que estão previstas para proteger e garantir a segurança destas pessoas.
A população portuguesa está envelhecida e são muitas as pessoas idosas que vivem em Lisboa com escassos recursos económicos, que sofrem de graves problemas de saúde e/ou que não têm família ou qualquer outra rede de apoio. Por isso, é de extrema importância que conste do plano, por um lado, a sensibilização desta camada da população para a importância do autoisolamento e, por outro lado, a criação das condições necessárias para que também os idosos que não se encontram sinalizados – por não pertencerem a qualquer associação social ou centro de dia – consigam superar os momentos difíceis que se avizinham sem que tenham de abandonar as suas habitações, prevendo inclusivamente possíveis momentos de carência alimentar.
Também as pessoas que vivem em situação de sem abrigo devem ser consideradas uma população de risco devido à sua elevada taxa de doenças crónicas, sistemas imunitários mais fragilizados e dificuldade em cumprir as medidas emanadas pela Organização Mundial e Saúde para o combate à Covid-19. As pessoas em situação de sem abrigo que não frequentam os centros de apoio e vivem nas ruas não podem fazer o devido isolamento social, nem quarentena, devendo por isso ser também encontradas formas para que seja possível tirá-las das ruas, dar-lhes assistência e permitir o seu correto isolamento e quarentena quando esta seja necessária.
Para o Grupo Municipal do PAN é ainda fundamental assegurar que o acompanhamento que é diariamente prestado por associações nas ruas da capital, nomeadamente no que respeita à alimentação e a cuidados de rastreio e saúde, seja agora assegurado pelo executivo em articulação com o Governo, de forma a potenciar a capacidade de resposta e o reforço dos meios que a autarquia possa já estar a ativar. “Podemos estar na iminência de uma crise humanitária no que a estas pessoas respeita se não formos capazes de, enquanto coletivo e ao nível dos poderes locais e centrais, dar a resposta que estas pessoas mais vulneráveis carecem”, conclui a deputada municipal Inês de Sousa Real.
Podes consultar o requerimento aqui.