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Dia Mundial do Veganismo – PAN propõe adesão às “2ª feira sem carne” no Parlamento para reduzir pegada carbónica

Refeição vegan

O partido Pessoas–Animais–Natureza (PAN) deu hoje, no Dia Mundial do Veganismo, entrada de uma iniciativa para a Assembleia da República aderir às “Segundas-feiras sem carne”, considerando o impacto significativo que esta escolha alimentar tem no aquecimento global. Trata-se de uma iniciativa que visa incentivar a realização de refeições totalmente vegetarianas uma vez por semana, tendo em conta os benefícios para o planeta, a saúde humana e o bem-estar animal.

“O Parlamento deve dar um exemplo de compromisso para com a sustentabilidade e a redução da pegada carbónica. A adoção de um dia vegetariano, no refeitório da Assembleia da República, visa não apenas contribuir diretamente para a diminuição das emissões no setor público, mas também estimular uma reflexão mais ampla sobre os hábitos alimentares e o seu impacto ambiental e de saúde”, explica a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real.

A crise climática representa hoje um dos mais urgentes desafios da sociedade global, com consequências que impactam as gerações atuais e futuras. A necessidade de reduzir emissões de gases com efeito de estufa e de adotar práticas sustentáveis tornou-se imperativa. Estudos indicam que a agropecuária é um dos setores que mais contribui para a emissão de carbono, poluição e consumo excessivo de recursos naturais como a água e o solo, aumentando consideravelmente a pegada ecológica global.

De acordo com dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), as emissões globais de gases com efeito de estufa associadas à produção pecuária representam aproximadamente 12% das emissões totais de origem humana, correspondendo a cerca de 6,2 mil milhões de toneladas de CO? por ano.

Segundo a Universidade de Oxford, a substituição de uma dieta rica em carne por uma alimentação de base vegetal oferece uma oportunidade substancial para reduzir a pegada ecológica, de forma a responder às exigências de uma sociedade mais sustentável. Investigadores que compararam a diferença nas emissões de CO? de cerca de 55 mil pessoas concluíram que “os consumidores de carne produzem 7,3 kg de CO? por dia e as pessoas que se alimentam só de peixe geram cerca de 3,9 kg de CO?.

A diferença é mais significativa quando é feita a comparação com quem deixou de consumir a carne: os vegetarianos produzem cerca de 3,8 kg de CO? e quem segue um estilo de vida vegano, 2,9kg”.
Por outro lado, o consumo excessivo de carne e de produtos de origem animal pode estar associado a vários problemas de saúde.

A American Dietetic Association destaca que “a mortalidade devido a doenças coronárias é mais baixa em vegetarianos do que em não-vegetarianos” e que uma alimentação vegetariana está associada a menores riscos de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro. Estima-se que reduzir o consumo de proteína animal e de gorduras saturadas diminui as probabilidades de desenvolver doenças coronárias em até 30%, o risco de diabetes em 50% e o de cancro do cólon em mais de 80%.

O PAN propõe ainda que seja feita a monitorização do impacto ambiental do projeto “Segundas-feiras sem carne”, havendo depois lugar a um relatório de avaliação, detalhando os impactos na pegada ecológica da instituição, a aceitação e satisfação dos participantes e possíveis sugestões para a continuidade do projeto.

PAN quer implementar Estratégia Nacional para Alimentos de Base Vegetal

Também neste dia, o PAN deu também entrada na Assembleia da República de um projeto de resolução para que sejam tomadas as ações específicas para implementar uma Estratégia Nacional para Alimentos de Base Vegetal, que priorize a transição para uma alimentação de base vegetal.

Esta iniciativa prevê o incentivo ao cultivo de leguminosas; a promoção de educação alimentar e formação profissional em escolas e outras instituições públicas sobre os benefícios das dietas de base vegetal; e a inclusão de refeições vegetarianas nos menus escolares e de outras instituições.

O PAN quer ainda que sejam feitas parcerias entre universidades, institutos de pesquisa e o setor privado para o desenvolvimento de alternativas de proteínas vegetais e outras inovações que possam facilitar a transição para uma dieta mais sustentável.

O projeto de resolução integra uma carta conjunta com diversas organizações ambientais e conta com o apoio de associações como a ZERO, a Associação Vegetariana Portuguesa (AVP), a Quercus, ANP|WWF, ACSA, ASPEA e GEOTA.

Consulte as iniciativas aqui
https://www.parlamento.pt/paginas/ultimasiniciativasentradas.aspx