Covid-19Economia e FinançasParlamento Europeu

Eurodeputado do PAN considera positiva proposta de Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros

Fotografia de Francisco Guerreiro, candidato do PAN às Europeias

Importa agora garantir que o Conselho e Parlamento aprovam estes investimentos e que estes sejam canalizados para a transformação económica e social europeia para um modelo descarbonizado.

Durante uma sessão plenária extraordinária no Parlamento Europeu, a Presidente da Comissão Europeia (CE) apresentou hoje, junto do Orçamento Europeu de longo prazo (2021-2027), um Instrumento de Recuperação de 750 mil milhões de euros para combater o impacto da crise provocada pelo novo Coronavírus. Uma proposta que o eurodeputado Francisco Guerreiro considera positiva para reforçar o projeto europeu, combater os impactos das alterações climáticas e garantir a sustentabilidade económica e social das regiões mais afetadas pelo surto da Covid-19.

Afirmando querer que a União Europeia dê “um passo ousado” em conjunto, Ursula von der Leyen apresentou o projeto apelidado ‘Next Generation EU’, que consiste em 750 mil milhões de euros, dos quais 500 mil milhões seriam distribuídos na forma de subvenções e 250 mil milhões de euros na forma de empréstimos.

“Ficámos aquém da necessidade de investir e financiar a 100% as regiões mais afetadas pela epidemia, mas foi encontrado um compromisso que deverá servir de base para as futuras negociações no Conselho Europeu, ou seja, que 1/3 do valor do Fundo de Recuperação seja materializado em empréstimos de longa duração. Não é o ideal, pois, os Estados Membros e o tecido empresarial Europeu já se encontram profundamente endividados, mas é um sinal positivo de possível convergência no Conselho”, garante o eurodeputado do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN). 

O Instrumento de Recuperação seria financiado através do aumento do chamado teto de Recursos Próprios – a quantia máxima que a UE pode solicitar aos Estados membros para financiar as suas despesas. A CE irá pedir ao mercado esses 750 mil milhões emprestados e incorporá-los-á no Orçamento Europeu, repartindo-os pelos Estados-Membros através duma chave de distribuição a acordar, mas privilegiando os países e regiões mais afetados. 

“Importa agora garantir que o Conselho e Parlamento aprovam estes investimentos e que estes sejam canalizados para a transformação económica e social europeia para um modelo descarbonizado. As presentes e futuras gerações não podem sofrer da má implementação do próximo quadro comunitário e deste fundo de recuperação. O Pacto Ecológico Europeu deve ser o motor de todas estas transformações”, afirma Francisco Guerreiro.

Deste Fundo de Recuperação, estima-se que Portugal poderá recorrer a até €26,4 mil milhões (dos quais 15,5 mil milhões em subvenções diretas). 

“Apesar de a proposta para o Quadro Financeiro Plurianual estar bem abaixo do que aquela que o Parlamento Europeu pretende, o Fundo de Recuperação, hoje apresentado pela Comissão é um salto qualitativo do projeto Europeu. Face a uma crise inesperada, com um enorme impacto em todos os países, a Comissão avança com um robusto plano de Investimento, composto maioritariamente de subvenções, demonstrando que a UE quando confrontada com crises avança de modo determinado e solidário”, conclui o eurodeputado.