O PAN/Açores está severamente preocupado com o avistamento de espécies piscícolas, nomeadamente meros, a boiar ao largo das Flores e do Corvo, estando a alargar-se a outras ilhas, e pede ao Governo para imprimir celeridade na realização das necropsias e demais análises biológicas, a fim de saber-se o motivo deste fenómeno anómalo para agilizar a intervenção na contenção da mortandade dos animais.
No início do mês de Setembro foi tornado público o avistamento, por pescadores e operadores marítimos, de um número considerável de animais marinhos mortos ou moribundos, especialmente meros, ao largo das ilhas das Flores e Corvo. Volvidas apenas duas semanas, assiste-se a uma intensificação deste fenómeno anómalo, estando a alastrar-se a outras ilhas do arquipélago, especialmente Faial, sem que se conheçam os resultados das necropsias ou a adoção de medidas preventivas que permitam uma célere intervenção para conter as taxas de mortandade destes animais marinhos.
Sem prejuízo das demais espécies, temos de destacar que o mero é um ícone do Mar dos Açores e possui enorme importância para o sector de mergulho recreativo, estando classificado como em perigo de extinção na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, constando inclusive no Relatório do Estado do Ambiente dos Açores 2017-2019 como fundamento para a instalação de Áreas Marinhas Protegidas.
Ora, este fenómeno poderá agravar o estado de conservação da espécie, sobretudo se considerada a longevidade do animal – pode viver até aos 50 anos, e a idade de maturação sexual, influenciando a capacidade de reprodução dos animais e o número de indivíduos desta população. Pelo que, o partido exige ao Governo celeridade, sob pena de assistir-se à degradação do estado de conservação destes animais, especialmente se considerada a velocidade com o fenómeno está a alastrar-se.
“Este é um fenómeno incomum e preocupante, que obriga a uma avaliação célere por parte das entidades competentes, a fim de se identificar a origem da morte destas espécies e evitar que a área geográfica de mortandade se estenda a outras ilhas do arquipélago. É inaceitável que, volvido quase um mês desde os primeiros avistamentos, a situação ainda não esteja devidamente apurada, colocando em risco a salvaguarda do estado de conservação dos animais”, afirmou o Deputado regional e Porta-Voz do PAN/Açores, Pedro Neves.