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PAN apela à desobediência civil dos estudantes de Coimbra após conselho de veteranos ignorar referendo sobre garraiadas na queima das fitas

Perante a decisão do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra de manter a garraiada na Queima das Fitas apesar de mais de 70% dos estudantes terem votado contra a tradição, o PAN, Pessoas- Animais-Natureza, apela aos estudantes que se manifestem e se organizem pacífica e assertivamente contra uma decisão que reflete uma posição autoritária e conservadora por parte de apenas 14 elementos que deviam representar uma instituição que respeita e protege os valores basilares da democracia.

Perante a decisão do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra de manter a garraiada na Queima das Fitas apesar de mais de 70% dos estudantes terem votado contra a tradição, o PAN, Pessoas- Animais-Natureza, apela aos estudantes que se manifestem e se organizem pacífica e assertivamente contra uma decisão que reflete uma posição autoritária e conservadora por parte de apenas 14 elementos que deviam representar uma instituição que respeita e protege os valores basilares da democracia. 

Muito se fala na crise global da democracia representativa um pouco por todo o mundo e Portugal não é exceção. Os cidadãos não se reveem nos seus representantes nem confiam nos instrumentos de participação cívica para fazer ouvir a sua voz nos círculos de poder dominantes. Esta situação traz graves consequências para a vida em sociedade que temos conhecido nas últimas décadas, e situações de desrespeito das ferramentas de participação cívica como esta só contribuem para descredibilizar as instituições que acreditam no valor da promoção de um debate público esclarecedor e que envolva os cidadãos nas rotinas de uma democracia de qualidade.

“Se os resultados dos fóruns cívicos são ignorados de forma arrogante, então estamos a perder a nobreza que lhes atribuiu legitimidade no passado e que nos permite experienciar hoje a tão proclamada liberdade de expressão. E é por isso que o PAN se junta aos estudantes de Coimbra num apelo subversivo contra esta decisão que não foi tão pouco comunicada com uma argumentação coerente, como seria de esperar desta, que a justifique remetendo-se os porta-vozes para comentários posteriores”, explica André Silva, Deputado do PAN. 

Para o PAN esta posição, por si só, revela um total desrespeito pelos estudantes e pela larga parcela da população portuguesa que aguarda expectante por um sinal claro de uma academia preparada para acompanhar as mudanças sociais que já estão em curso e para cumprir um dos seus papéis sociais fundamentais promover a reflexão crítica alicerçada na consciência e na razão, e não na tradição, nem nos interesses de uns em detrimento da vontade expressa pela maioria. O PAN junta-se ao movimento A Garraiada mantém-se? Acorda U.C. criado pela Queima das Farpas. Esta iniciativa defende que “Que seja Coimbra, a primeira capital nacional da cultura, em 2003, também a primeira a abolir práticas que obscurecem a aura de uma cidade com nove séculos de história e uma universidade que se orgulha de ser das mais antigas e prestigiadas da Europa”. 

“Um regime democrático que preserva os seus valores compreende a perspetiva da desobediência civil, que leva os cidadãos à ação perante situações de injustiça intencional em que os canais convencionais para mudanças já não estão a funcionar. E este pode ser o caminho para a estabilização de uma sociedade que não está apática mas sim atenta e pronta a interferir quando é necessário”, conclui André Silva.