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PAN reage à decisão dos estudantes de coimbra de acabar com a garraiada na queima das fitas

Foi ontem a referendo a decisão sobre a continuidade da garraiada na Queima das Fitas de Coimbra com a maioria da comunidade estudantil a manifestar a sua inequívoca vontade de abolir este evento.

Foi ontem a referendo a decisão sobre a continuidade da garraiada na Queima das Fitas de Coimbra com a maioria da comunidade estudantil a manifestar a sua inequívoca vontade de abolir este evento. A afluência às urnas para este referendo foi bastante significativa: num universo de 5638 eleitores, 70.71% votou contra a continuidade e apenas 26.69% a favor. 

A Queima das Fitas do Porto já tinha optado em 2016 por suspender a garraiada académica, pela falta de adesão dos estudantes e pela queda da tradição tauromáquica.

Mesmo que a garraiada não inclua, ao contrário das touradas, a parte mais sanguinária do espetáculo, esta prática já não é representativa dos estudantes. Para o PAN este é mais um indício de que o cerco às touradas em Portugal e na Europa está a aumentar, com cada vez mais referendos e manifestações públicas que defendem a abolição da tauromaquia, sendo que aqueles que representam o futuro assumiram claramente que não se revêm nesta tradição bárbara.

Pese embora o referendo, segundo os estatutos da Academia, não seja vinculativo, espera-se que o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra dê seguimento à expressa maioria dos estudantes da instituição e termine com a garraiada nas Festas Académicas Conimbricenses.

Em 2015, o Parlamento Europeu votou pela primeira vez contra a atribuição de subsídios para a criação de touros que venham a ser utilizados em todas as atividades tauromáquicas onde os animais são mortos. Em Portugal, no mesmo ano, registaram-se 8280 queixas de telespectadores da RTP a propósito das touradas, mais de metade do total. E as poucas corridas transmitidas revelam quebras de audiência permanentes. As touradas só já são legais em oito países no mundo e as consciências estão a mudar naqueles, como Portugal, onde ainda são permitidas. 

“Vemos entrar todos os dias nas nossas vidas relatos de violência atroz, com a situação dramática na Síria a escalar e as organizações humanitárias a pedirem à comunidade internacional menos apatia e indiferença. Se em alguns casos podemos sentir-nos impotentes para uma ação direta mais imediata, naqueles que podemos escolher, estamos a decidir, como comunidade, não contribuir para situações de violência gratuita de qualquer espécie”, refere André Silva, Deputado do PAN.

“A adesão dos estudantes a este referendo e os resultados são reveladores de uma nova geração que está desperta para as mudanças sociais de uma nova época e de uma nova consciência. O resultado inquestionável deste referendo vem reconfirmar que a esmagadora maioria dos portugueses rejeita a tortura de animais para divertimento e pede o fim da tauromaquia”, reforça André Silva.