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Maus-tratos no canil de Santa Maria chocam Deputado do PAN/Açores

O PAN/Açores tomou conhecimento, por intermédio de um grupo de cidadãos marienses, de situações de maus-tratos praticadas contra os animais do Centro de Acolhimento Municipal de Animais de Companhia, na ilha de Santa Maria. 

O Partido esteve reunido no dia de ontem com um grupo de cidadãos da ilha de Santa Maria que relataram diversas situações de maus-tratos aos animais que se encontram à guarda e cuidados daquela entidade pública da responsabilidade do Executivo camarário de Vila do Porto. Os relatos foram suportados com registos fotográficos que o Porta-Voz e Deputado único do PAN/Açores teve acesso. 

A reportagem fotográfica retrata felinos há vários dias no CAMAC com infecções oculares graves que acabaram por ficar cegos, obrigando à remoção do globo ocular. Nas fotos há, ainda, uma imagem de um cadáver de um felino em avançado estado de decomposição dentro de uma caixa, bem como larvas e fezes junto aos bebedouros e comedouros dos animais, potenciando a disseminação de vírus e de doenças entre os animais. Havendo canídeos com diarreias persistentes em função da ausência de higienização das boxes. 

Os cidadãos relataram que as boxes dos canídeos são pequenas, não são corretamente higienizadas – ficando os animais sujos de fezes, e que os mesmos são mantidos nas boxes 24 sob 24 horas, sem possibilidade de serem soltos no pátio do CAMAC, dificultando o processo de ressocialização dos animais, inviabilizando a sua adoção. 

Foi, ainda, mencionado o caso de um felino que ficou esquecido dentro de uma jaula de captura durante cerca de 15 dias e que os cadáveres dos animais recolhidos pelo CAMAC são enterrados, juntamente com resíduos, num terreno baldio próximo ao Centro, em total desrespeito pelas regras de saúde pública. 

Ao que o PAN/Açores apurou, apesar de ter conhecimento do sucedido, o Executivo camarário não intervém para travar os maus-tratos, estando, inclusive, a protelar a contratação de um veterinário. Pelo que, o CAMAC não dispõe de um profissional de saúde animal que possa socorrer os animais que se encontram à sua guarda e cuidados.  

A par disto, a autarquia não executou o Orçamento Participativo referente a 2021, cujo projecto vencedor previa a criação de uma colónia de gatos. No entanto, este incumprimento não é caso isolado, verificando-se o mesmo no Canil Intermunicipal da Ilha Terceira que está há cerca de um ano a aguardar que as obras já anunciadas sejam realizadas ou, pelo menos, tenham início. 

“É inconcebível que situações como esta aconteçam num Centro de Acolhimento – um local que deve garantir a segurança e o bem-estar animal – com a cobertura do poder local que nada faz para a reverter. É lamentável que os animais continuem a ser renegados para segundo plano na nossa sociedade por quem tem o dever de assegurar a sua protecção”.

Deputado Pedro Neves