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PAN/Açores vai criar incentivo ao consumo de produtos locais para combater a crise social pós-Covid 19

O PAN/Açores defende que a economia solidária e circular deve ser a principal via para combater a crise social e económica pós-Covid 19. Pedro Neves visitou esta manhã a CRESAÇOR – Cooperativa Regional de Economia Solidária, que se dedica a vários projetos sobre economia social, combate ao desperdício alimentar, entre outros.

“Os Açores têm de apostar na produção e no consumo locais. A economia está muito fragilizada e precisamos de diversificação na agricultura e de uma aposta nos frutícolas e nos hortícolas para garantir uma autossuficiência da Região”, defende o cabeça-de-lista do PAN/Açores pela ilha de São Miguel. Para Pedro Neves, “Os açorianos têm de ser sensibilizados para o facto de que os produtos açorianos têm qualidade e que comprar açoriano é contribuir para a economia açoriana. O arquipélago tem uma dependência demasiado elevada dos mercados externos, o que significa que a riqueza não está a ficar nos Açores e está sim a ir lá para fora. Os consumidores têm de saber isso para que possam, no momento da compra, fazer uma escolha consciente”.

O Porta-voz Regional lamenta que o Governo Regional “não privilegie o que se faz cá dentro e a própria economia dos Açores: durante esta legislatura, as importações aumentaram exponencialmente, de 62% em 2016 para 80% em 2020, desregulando a nossa balança comercial que só  fragiliza a nossa economia regional”.

O PAN/Açores quer criar um incentivo para os cidadãos que compram local, que passa pela isenção total de IVA nesses produtos, medida a vigorar durante quatro anos. O objetivo é sensibilizar e educar os consumidores, levando-os a uma mudança de mentalidade no momento da compra para que confiem na qualidade dos produtos locais. Mas não só: o partido quer também implementar benefícios fiscais para empresas que compram localmente e assim diminuem o peso de dependência externa e o impacto da sua actividade no ambiente, uma vez que a pegada ecológica dos produtos locais é manifestamente inferior aos produtos vindos de fora.

Com estas medidas, pretende-se promover um dinamismo económico de proximidade, no qual se privilegiam empresas que criam um mercado interno e geram desse modo mais postos de trabalho, maior prosperidade regional e reduzindo ao mesmo tempo o impacto ecológico do produto.

É precisamente isso que se verifica no projecto Quinta do Norte, desenvolvido pela CRESAÇOR em parceria com várias entidades e que aposta numa produção agrícola sustentável e local, cujas colheitas são depois transformadas em produtos vendidos em grandes e pequenas superfícies, com o selo de garantia “CORES”. Nesta linha, também o projeto Sertã Solidária, que pretende combater o desperdício alimentar e a pobreza e exclusão social, merece destaque: em parceira com diversos restaurantes, o projeto ajuda pessoas e famílias gravemente carenciadas através da doação de excedentes alimentares em boas condições de consumo.