O Grupo Municipal do PAN apresenta hoje, na Assembleia Municipal de Lisboa, uma proposta para que seja criada na cidade uma estrutura de alojamento com um programa de gestão de consumo para o elevado número de pessoas em situação de sem-abrigo com dependência de álcool que, em plena crise sanitária, dormem nas ruas de Lisboa por não serem aceites ou serem expulsas dos centros de acolhimento existentes.
Segundo dados divulgados pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Santa Casa da Misericórdia, a crise provocada pela COVID-19 terá levado em 2020 mais 140 pessoas para as ruas de Lisboa, existindo atualmente, pelo menos, 356 pessoas sem-teto. Destas, praticamente metade (150) apresentam dependências de álcool ou de substâncias psicoativas, não existindo respostas de alojamento para as mesmas, para além do programa housing first.
Com esta recomendação, o Grupo Municipal do PAN pretende que seja colocado em prática um modelo que se encontra implementado com sucesso noutros países e que permitirá retirar um maior número de pessoas da rua, facilitando a sua reinserção.
“Vivemos um momento extraordinariamente difícil, que empurrou para as ruas de Lisboa dezenas de pessoas, todas com percursos de vida distintos e para as quais são precisas respostas específicas. Enquanto sociedade, não podemos continuar a ignorar um grande conjunto de pessoas que continuam sem uma alternativa adequada para pernoitar”, afirma a deputada Inês de Sousa Real.
O PAN solicita ainda à Câmara Municipal de Lisboa um Relatório Extraordinário sobre o Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, aprovado em março de 2020, bem como a sua atualização, de forma a que este reflita e identifique as necessidades decorrentes da atual crise sanitária e socioeconómica.
Na proposta, os deputados municipais instam igualmente a autarquia a proceder à criação dos empregos apoiados e à implementação da bolsa de 200 fogos em habitação municipal, ambos previstos no plano, com a máxima brevidade.