No dia 25 de junho, cinco ativistas de cinco diferentes organizações e movimentos de ativismo na área animal reuniram-se no Pólo da Pena da Junta de Freguesia de Arroios para dar os seus testemunhos e apresentar as suas preocupações .
Isabel Carmo da Plataforma Anti Transporte de Animais Vivos, Noel Santos da Animal Save and Care Portugal, Nuno Paixão – Provedor dos Animais do Município de Almada, Sandra Vicente da União para a Proteção de Animais e Pedro Finamore, da Sea Shepherd Portugal, juntaram-se numa conversa sobre os atuais desafios e limites do ativismo no Bem estar Animal e como o poder político pode ajudar, que contou com a moderação de Paula Nicolau do PAN.
Embora haja hoje uma maior profissionalização dentro do ativismo, a necessidade de criar empatia junto das pessoas em relação às pessoas mantém-se e conforme defendeu Noel Santos “as redes sociais têm sido uma forma de conseguir divulgar mais facilmente as mensagens e gerar mais apoio”.
Ao longo dos últimos anos, muita coisa tem se alterado , mas “também aumenta a frustração porque queríamos fazer mais e ocupar um lugar de poder faz-nos ter que olhar mais para o objetivo final” , defendeu o Provedor dos Animais de Almada.
“Embora tenhamos o chavão da Saúde publica, felizmente cada vez falamos mais do ponto de vista do Animal”, disse Nuno Paixão.
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Sandra Vicente, da Associação da Proteção de Animais (UPPA) explicou que na promoção de adoções responsáveis ainda sente alguma dificuldade. “Ser voluntário não é para os tempos livres, é uma missão, fazendo o necessário para o animal estar bem”, explicou.
A Plataforma Anti-transporte de animais vivos (PATAV) tem documentado os maus tratos nos embarques, mas as mentalidades ainda têm de mudar em relação a esta questão. Os animais, apesar de sencientes, são tratados desta forma cruel e têm de ser devidamente considerados na Constituição, defendeu Isabel Carmo, acrescentando que o mercantilismo está sempre por detrás destas questões. Existe já legislação nesta matéria e a nível europeu a Ministra responsável por esta pasta em Portugal já foi ouvida sobre o tema, mas o Regulamento da DGAV continua a não ser cumprido.
Pedro Finamore, da Sea Shepherd, considera que também a nível dos mares e oceanos tem de haver uma verdadeira mudança. “Há que legislar com mais força a indústria pesqueira e a vários níveis.”
A necessidade de criar empatia em relação às causas e de ser mais concreto naquilo que se pretende transformar surgiu ainda como outro desafio para o Ativismo do Bem-estar Animal nos próximos tempos.