PAN/Açores preocupado com os impactos ambientais e de saúde pública causados pelo turismo de cruzeiro, especialmente os de grande dimensão – conforme ficou demonstrado pelo navio “MSC Virtuosa”, e quer relançar debate sobre o “custo-benefício” desta atividade na Região.
Na passada quarta-feira, chegaram à Representação Parlamentar deste partido várias fotografias de populares que estavam estupefatos com o rastro de poluição que estava a ser causado pelo navio “MSC Virtuosa” no porto de Ponta Delgada, fruto da queima e libertação de gases provenientes do navio.
Pese embora esta situação não seja inédita sempre que um navio de cruzeiro atraca no porto de Ponta Delgada, a dimensão da nuvem de gases emitidos pelo navio “MCS Virtuosa” deixou o Partido perplexo e reforçou a necessidade de voltar a debater-se este assunto de forma séria.
O Partido duvida que esta aposta no turismo de cruzeiro não colida com as diretrizes dos galardões de turismo sustentável que a Região tem recebido, pois o turismo de natureza é contrário ao turismo de cruzeiro, transparecendo que o Governo não tem uma estratégica uníssona para o tipo de turismo que pretende para a Região, desvalorizando um dos seus maiores ativos: a natureza.
A par de constituir uma ameaça à qualidade do ar e à saúde – os poluentes são conhecidos por causar irritações respiratórias, asma, doenças cardíacas e cancro, com impacto direto na qualidade de vida da população açoriana – a poluição gerada por navios de cruzeiro contribui para o aquecimento global e acidificação dos oceanos, sobretudo se considerado o actual contexto de crise climática.
“Temos de pensar no que queremos do turismo, qual o tipo de turismo que queremos, valorizando os nossos produtos e, sobretudo, salvaguardando o nosso património e as nossas pessoas. Tenho sérias dúvidas de que o turismo de cruzeiro se enquadre naquilo que pretendemos para o futuro desta Região, sobretudo se pesarmos os impactos positivos e negativos desta atividade.”, afirmou o Deputado e Porta-voz do partido, Pedro Neves.