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PAN apela ao fim do estigma social da amamentação em público

O PAN – Pessoas-Animais-Natureza aprovou no seu Congresso no início deste ano uma moção pelo fim do estigma social/preconceito da amamentação em público. Este tema é um dos mais polémicos em todo o mundo. Portugal não é exceção apesar de mais moderado, o preconceito e a pressão social ainda é tão marcado que o mupi da Câmara Municipal de Lisboa para a campanha “Aleitamento materno: presente saudável, futuro sustentável”, que tinha uma mãe a amamentar em público, teve de ser retirado em Outubro de 2016 devido a críticas sociais.

O PAN defende os vários benefícios da amamentação (para quem pode amamentar) visto ser um ato simples e natural que vai para além das convenções sociais. Mas esta temática não aborda apenas os benefícios do leite materno, também reflete a liberdade de uma mãe na possibilidade de poder alimentar o filho em locais públicos sem julgamentos ou outros constrangimentos. Para eliminar um preconceito há que o normalizar. E é preciso que mais mulheres mães sejam pioneiras e amamentem quando tiverem de amamentar, independentemente de estarem num local público ou no conforto dos seus lares. É um direito e um momento único na vida da mãe e do bebé. Amamentar não é só alimentar: é também um ato de amor.

O PAN compromete-se, desta forma, a contribuir para a garantia de que, em locais públicos as mulheres que optam por amamentar se sintam protegidas na sua igualdade e que a informação sobre os benefícios da amamentação esteja acessível a todas.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que as “crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade” e a UNICEF defende que devemos “encorajar a amamentação sob livre demanda (sempre que o bebé quiser) ”.

Sobre a semana Mundial do Aleitamento Materno pode ler-se no site do Serviço Nacional de Saúde que é comemorada, todos os anos, entre os dias 1 e 7 de agosto, em mais de 170 países, com o objetivo de encorajar esta prática e fomentar a saúde dos recém-nascidos de todo o mundo. A data evoca a Declaração Innocenti, assinada pelos responsáveis da Organização Mundial da Saúde e da Unicef, em agosto de 1990, comprometendo-se a proteger, promover e apoiar o aleitamento materno.

A semana Mundial do Aleitamento Materno discute a relação entre aleitamento materno e sustentabilidade e sua prática como parte essencial para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No ano 2000, líderes mundiais e a ONU reuniram se para definir metas cujo objetivo era promover uma parceria para a redução da pobreza extrema até 31 de dezembro de 2015. O último relatório da ONU indicou um movimento importante na redução da pobreza extrema, com redução dos números da pobreza, mortalidade infantil, aumento nos índices de escolaridade, entre outros.

Contudo, muitas metas de 2015 ainda precisam ser cumpridas e necessitam de um alcance maior, para mais pessoas. Dessa forma, em setembro de 2015, foi traçada uma nova agenda, com metas para o período 2016-2030 com base nos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio.

É impossível pensar no cumprimento de muitos destes objetivos sem o aleitamento materno. O leite materno é o alimento mais acessível (não tem custo e está próximo), seguro, completo e oportuno (está disponível no tempo certo, na quantidade adequada, com incontáveis vantagens). Para que haja a erradicação da pobreza é crucial a garantia do direito humano à alimentação adequada. O alimento deve ser acessível, de qualidade, seguro e oportuno. Sem alimento nestas condições não há como crescer, estudar e trabalhar, nem sequer sobreviver.