O Grupo Municipal de Lisboa do Partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza) enviou um requerimento à Câmara Municipal de Lisboa a questionar os critérios, no seu entender, subjetivos que presidiram à escolha das casas de fado para receber os apoios atribuídos pelo Museu do Fado e pela EGEAC, bem como a defender a correção das injustiças causadas.
“A Câmara Municipal disponibilizou um apoio para artistas e casas de fado, mas que aparentemente chegará apenas a alguns escolhidos pela autarquia. Com esta decisão, muitos trabalhadores ficaram de fora, deixando-os numa situação desumana e de desigualdade, apenas porque as entidades gestoras decidiram, sem grandes explicações, quais os critérios e quem tem direito a este apoio”, explica a deputada Inês de Sousa Real.
Segundo o Museu do Fado e a EGEAC, as verbas serão atribuídas a 18 casas de fado, explicando ainda que o critério que presidiu à escolha terá sido o “das casas de fado históricas e emblemáticas da cidade de Lisboa na sua esmagadora maioria fundadas na primeira metade do século XX.”[1]
No entanto, constata-se que apenas 22% destas casas foi fundada na primeira metade do século XX e há até 4 com menos de 10 anos de existência, o que parece não corresponder aos critérios enunciados. “De fora deste apoio ficaram artistas e casas de fado que veem agora o futuro ameaçado, em particular em risco de fecharem as suas portas e entrarem em processo de insolvência”, afirma a deputada Inês de Sousa Real.
Desta forma, o
Grupo Municipal do PAN pretende, com este requerimento, que a autarquia
esclareça por que razão foram apenas escolhidas 18 casas de fado – número muito
aquém do real número de casas que existem na capital, qual a verba atribuída a
cada uma, bem como o que entendem as entidades gestoras por casas
“emblemáticas”, critério de elevado cariz subjetivo, defendendo ainda a que
seja feita uma auditoria ao modo como o fundo foi gerido e que esta situação,
deveras injusta, seja retificada.