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PAN/Açores questiona Governo sobre intervenção na Alameda dos Plátanos

O PAN/Açores entregou hoje na Assembleia Legislativa dos Açores um requerimento dirigido ao Governo Regional, questionando sobre o impacto das intervenções que decorrem na Alameda dos Plátanos, no concelho da Povoação, à mão da Secretaria Regional das Infraestruturas.

A Alameda dos Plátanos é considerada, pelos açorianos, como património paisagístico da nossa Região, mas o reconhecimento e classificação como património natural de interesse público regional, não tem, até à data, surtido ressonância legislativa. Sem este efeito protector, a Alameda dos Plátanos mantém-se à mercê das considerações e decisões governamentais.

Recentemente, a Direção Regional das Obras Públicas deu início a obras de requalificação da estrada para melhoria dos acessos agrícolas, estando em curso a construção de bermas em cimento para facilitar o escoamento das águas pluviais.

O PAN/Açores teme que as obras que se encontram a decorrer possam comprometer a integridade e sobrevivência dos 600 plátanos que compõem aquela Alameda, atendendo que a construção das respectivas bermas colidem com a preservação do património natural.

A construção destas bermas e impermeabilização de parte da via poderá ainda resultar no aumento do fluxo dos cursos de água que desaguam na ribeira da Povoação, que apresenta um histórico de aumentos repentinos do caudal e que resultam em vários danos ambientais e materiais.

O partido procura, desta forma, saber que medidas estão a ser adoptadas, no decurso das obras vigentes, para garantir a conservação do património arbóreo da Alameda, para reaproveitamento das águas pluviais e ainda que técnicas utilizadas para redução da velocidade do seu caudal.

O PAN/Açores defende ainda que se deverá proceder à classificação da Alameda dos Plátanos como património natural de interesse público regional, para que se seja possível manter o seu traçado original e que as intervenções que ocorram de agora em diante decorram com o singular objectivo de preservar o património existente, satisfazendo os apelos públicos, sob pena de se provocarem danos, estruturais, irreversíveis.

Este Governo está a actuar em semelhante modo ao que em 2012, enquanto oposição, condenava veementemente, perante as intenções do Governo Socialista que ditavam a betonização da Alameda dos Plátanos, e que apenas foram tomadas por inconsequentes em resultado das várias demonstrações públicas consternação e preocupação.

“As prioridades deste Governo ficam ostentadas nesta imprudente intervenção. Num acto de insensatez e de carácter invasivo, a construção que agora decorre coloca em risco a preservação e sobrevivência do património arbóreo, dilacerando o cenário característico e singular desta Alameda.”

Pedro Neves