O Grupo Parlamentar do PAN – Pessoas-Animais-Natureza quer que o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o presidente do Novo Banco, António Ramalho, sejam ouvidos com caráter de urgência no Parlamento para explicarem as medidas de supervisão estão em curso e as contas desta instituição bancária.
O requerimento do PAN surge no dia em que, escassos dias após o Governo ter reconhecido o erro de a injeção de mais 850 milhões de euros no Novo Banco, prevista no Orçamento de Estado de 2020, ter avançado antes da conclusão da auditoria, contrariamente ao garantido pelo Primeiro-Ministro, António Costa, no Debate Quinzenal da semana passada, vem a lume notícias de que o Novo Banco vai proceder ao pagamento de 2 milhões de euros em prémios aos seus gestores pelo seu desempenho. Recorde-se que no exercício de 2019 o Novo Banco registou de prejuízos de 1.059 milhões de euros.
Esta notícia vem juntar-se a outras que vieram a público no início deste mês, as quais vieram dar nota de que em 2019 o CEO do Novo Banco viu o seu salário aumentado em quase 5% e de que no total a administração executiva recebeu em honorários cerca de 2,3 milhões de euros.
O Porta-voz e deputado do PAN, André Silva, considera todo este processo que classifica de “profundamente irresponsável, face ao impacto continuado na sustentabilidade financeira do país, que, devido ao novo coronavírus e aos seus impactos económico-sociais, já está tão fortemente comprometida”. Para André Silva, “o mais grave em toda esta operação é que o Governo, mesmo num contexto de crise, continue a colocar os buracos do Novo Banco e os interesses da banca à frente da melhoria das condições de vida dos cidadãos, setor este que continua passar impune pelos intervalos da chuva”.