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Requerimento – Denúncia referente ao Festival Iminente em Monsanto

Assunto: Denúncia referente ao Festival Iminente em Monsanto

No seguimento de várias mensagens que nos foram encaminhadas e de uma notícia publicada a 23 de Setembro na comunicação social designadamente no NiT, tomámos conhecimento de que o Festival Iminente que decorreu até ao passado domingo, dia 22 de setembro, junto ao Panorâmico de Monsanto, em Lisboa, ficou marcado pelo facto de depois dos seu encerramento ter ficado “um esgoto a céu aberto pelo parque” e de que nas traseiras do principal edifício onde tudo aconteceu havia dejetos, material de cozinha e vários objetos de plástico.

De acordo com o referido artigo, a denúncia foi efetuada por um utilizador do Parque que se encontrava a andar de bicicleta em Monsanto e igualmente partilhada no passado domingo, 22 de setembro, por MC Somsen nas redes sociais, mostrando a sua estranhez pelo facto de até agora apenas a NiT ter noticiado a denúncia feita sobre o esgoto a céu aberto deixado em Monsanto pelo Festival Iminente.

O referido atleta revelou ainda que o cheiro era insuportável e que as alegadas descargas de casas de banho, e não só, estavam a ser feitas para as traseiras do Panorâmico de Monsanto.

Também de acordo com a mesma publicação, o Festival ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto mas está discretamente a limpar os estragos virtuais, tendo eliminado a página de evento de Facebook, incluindo as críticas dos indignados.

À NiT, a organização do Festival Iminente prometeu reagir oficialmente ao vídeo, mas adiantou que considerava estas alegações “falsas” e que ainda estava a apurar o que tinha acontecido.

Entretanto, a Câmara Municipal de Lisboa, que co-produz o evento, lançou um comunicado em que explica a situação e que ao contrário do alegado pelo ciclista, a situação não está relacionado com as casas de banho, mas com a rutura de um coletor público.

Mais alega que uma equipa da CML iniciou, ontem mesmo, os procedimentos para limpar o terreno através da remoção das terras afetadas, que se encontram numa zona de difícil acesso, garantido que não há qualquer impregnação e contaminação do solo e que ao contrário do que tem sido referido, a presença de resíduos no terreno não está ligada ao uso das casas de banho, que são respeitadoras das mais elevadas normas ambientais, certificadas pela CML.

Uma vez que vem e de acordo com o alegado pelo município, o referido coletor tinha sido alvo de uma vistoria a 10 de agosto de 2019, a anteceder a realização do Festival, pelo exposto, vem o Grupo Municipal do PAN requer a V.ª Ex.ª se digne, nos termos da alínea g) do artigo 15º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, solicitar à Câmara Municipal de Lisboa que informe o mais brevemente possível sobre as causas para a rutura do coletor, bem assim como se na autorização que está a ser dada para a realização do festival está a ser considerado o impacto ambiental que o mesmo tem na Parque e em particular na biodiversidade ali existente, já sujeita a múltiplas pressões, que podem por em causa os valores naturais de Monsanto.

Lisboa, 30 de setembro de 2019

O Grupo Municipal do
Pessoas – Animais – Natureza
Miguel Santos
Inês de Sousa Real