Agricultura, Mar e FlorestasLisboa

Voto de Saudação pelo Dia Europeu do Mar aprovado por unanimidade

No passado dia 20 de maio comemorou-se o Dia Europeu do Mar. Vivemos num país com mais água do que terra, numa cidade onde corre o Tejo no seu percurso até ao oceano Atlântico.

Como disse o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa através do seu programa eleitoral e citamos “Lisboa já foi a cidade portuária mais importante do Mundo. Na era da sustentabilidade e da economia azul, pode e deve voltar a ser uma referência internacional nesta área. Queremos construir em Lisboa as infraestruturas necessárias para a tornar uma capital global da economia do mar.”

Não podemos olhar para os recursos hídricos apenas como recursos para usarmos. O PAN defende que essa utilização seja feita com respeito e eficiência. Não podemos retirar águas limpas e devolver águas sujas ou permitir que embarcações de grande porte usem os rios e mares sem qualquer respeito pelo meio ambiente. O anterior Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no âmbito da discussão do Orçamento de Estado para 2020, afirmou que a poluição provocada pelos meios de transporte, como é o caso dos navios, deve ser drasticamente reduzida ou mesmo erradicada, devendo começar-se a implementar taxas que desincentivem a sua utilização, bem como aumentar a sua fiscalização.

A poluição coloca em causa toda a vida marinha, ecossistemas importantes dos quais também nós, seres humanos, dependemos.

Num mundo com novas oportunidades, com novas tecnologias e com toda uma economia azul em crescimento, a aposta na transição para a sustentabilidade é agora mais real.

Na conferência da Presidência Portuguesa dedicada à economia azul, que teve lugar em Lisboa, no passado ano, o Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para os Oceanos, Peter Thomson, destacou os quatro eixos em que uma economia sustentável se deve basear: oceanos saudáveis, conhecimento, prosperidade e equidade social. Estamos, por isso, expectantes com a próxima Conferência dos Oceanos da ONU em Lisboa, com o apoio dos Governos de Portugal e do Quénia, no próximo dia 27 de junho de 2022, para desencadear uma ação mais concreta e uma mobilização alargada, tendo em vista um maior comprometimento por parte dos líderes mundiais em relação à saúde dos nossos mares e à utilização responsável dos seus recursos.

Ruben Eiras, Secretário-Geral do Fórum Oceano disse e citamos “Na frente do turismo, o setor da náutica de recreio pode gerar muito mais, se a sua oferta for devidamente estruturada e organizada. E no setor do transporte marítimo e indústria naval podemos ganhar um posicionamento interessante na cadeia de valor, se agarrarmos a tecnologia da introdução das renováveis, do elétrico e do digital nos navios. Quanto aos portos, quanto mais se acelerar a sua digitalização e transição energética, melhores rotas captarão e mais eficientes se tornarão. E, por fim, apostar no domínio de uma tecnologia transversal a todos os setores: o digital.
Precisamos, pois, de ter informação para tomar decisões fundamentadas. Por tudo isto, o Fórum Oceano vai concentrar uma boa parte da sua ação no fomento de Portugal como líder europeu da indústria digital do mar (software, hardware e robótica), até 2030, através da dinamização do Portugal Blue Digital Hub, o polo de inovação digital da economia azul.”

É urgente mudar, é urgente preservar, é urgente reconverter as economias tradicionais em economias sustentáveis. Um processo inclusivo fará com que as comunidades, empresas e indivíduos possam atuar conjuntamente para conter a poluição marinha e se comprometam a fazer um uso responsável dos recursos oceânicos.