Covid-19: Alimentação dos pavões residentes no Castelo de São Jorge
Na sequência das medidas tomadas a nível nacional para evitar a propagação em larga escala do coronavírus, e de entre as várias medidas tomadas pela Câmara Municipal de Lisboa, procedeu-se desde as 15 horas do dia 16 de março ao encerramento da área ao ar livre do Castelo de São Jorge.
Ora o Castelo de São Jorge para além de ser umas das muitas construções antigas que a cidade de Lisboa oferece, que se destaca não apenas por estar numa das partes mais altas da cidade e como tal por oferecer uma das melhores vistas panorâmicas da cidade, outro atrativo é o de abrigar uma fauna muito específica, os pavões, que vagueiam e circulam livremente por aqueles espaços e mais concretamente no seu restaurante e café, que neste momento estão obviamente encerrados.
O que alguns munícipes nos têm feito chegar é que os animais aí residentes não estão a ser alimentados ao contrário do que se está a passar noutras cidades, em que são as próprias autoridades municipais que têm garantido a alimentação dos animais que se encontram nos espaços públicos.
Veja-se a título de exemplo o caso da Turquia em que a obrigação de confinamento por parte da população, tem impedido que muitos homens e mulheres alimentem os milhares de cães e de gatos errantes e abandonados nas ruas da Turquia, tendo o ministério do Interior turco decidido que cada concelho está encarregue de organizar uma equipa para cuidar destes animais e de os alimentar nas ruas, agora desertas, do país.
Assim, os voluntários que vinham até agora alimentado estes milhares de animais estão agora obrigados ao isolamento e com restrições severas na mobilidade devido ao coronavírus, pondo por essa via em risco a vida de milhares de animais, estando por isso a ser tomadas medidas para garantir que esses animais não passem fome.
Deste modo e pelos motivos atrás expostos, vem o Grupo Municipal do PAN requer a V.ª Ex.ª , se digne, nos termos da alínea g) do artigo 15º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, que solicite à Câmara Municipal de Lisboa esclarecimento escrito sobre as seguintes questões:
1. Se os pavões que habitam os espaços públicos adjacentes ao Castelo de São Jorge estão a ser alimentados por funcionários do município?
2. Se não estão a fazê-lo de que forma é assegurada a sua subsistência, tanto mais que os pavões aí residentes eram uma das principais atrações para os visitantes?
3. Está de alguma forma a ser ponderado pelo município de Lisboa a alimentação aos cães e gatos errantes ou que não estejam a ser alimentados pelos respetivos cuidadores, durante o período do Estado de Emergência?
Lisboa, 14 de abril de 2020.
O Grupo Municipal do
Pessoas – Animais – Natureza
Miguel Santos- Inês de Sousa Real