O foco de infeções por Covid-19 em Odemira colocou na agenda mediática dos últimos dias tudo o que se passa nos bastidores das explorações agrícolas intensivas em Portugal: as condições totalmente desumanas em que estas pessoas “trabalham” – escravizadas e exploradas – e (sobre)vivem.
O PAN lamenta profundamente que só agora esta realidade esteja a chocar tudo e tod@s. Pelo menos desde 2017 que o PAN todos os anos, em vários momentos de debate político, tem alertado para este flagelo no nosso país – um atentado à dignidade humana e ao ambiente –, apresentando várias soluções para o combater.
No entanto, a passividade do Governo durante todo este tempo tem sido sufocante. Por isso, no dia 6 de maio, por requerimento urgente do PAN, o parlamento debateu finalmente sobre a rede de tráfico de pessoas, escravatura laboral e as más condições de habitabilidade das pessoas trabalhadoras agrícolas em Odemira, e claro, nunca descolando da origem da questão: a Agricultura Intensiva.
Além do debate tardio, muito tardio, assistimos a uma Ministra da Agricultura a abri-lo com o foco totalmente voltado para os interesses económicos e os milhões que explorar pessoas representa para o país. Palavras sobre direitos humanos foram inexistentes. A resposta da deputada do PAN Bebiana Cunha:
Urge colocar um ponto final nestas constantes violações dos direitos humanos. As pessoas não são mercadorias! Da parte do PAN, continuaremos a não nos demitirmos de fazer a nossa parte: alertar, pressionar e, acima de tudo, apresentar soluções, como a suspensão de autorizações para a instalação de novas explorações agrícola na zona até se proceder à devida avaliação desta problemática multidimensional.